Economia Titulo Embalagem
MP veta fim de sacolinhas em mercados

Órgão não valida acordo por considerar que TAC prejudicava
clientes por ferir artigos do Código de Defesa do Consumidor

Erica Martin
Do Diário do Grande ABC
21/06/2012 | 07:00
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Divulgação


O Conselho Superior do Ministério Público derrubou ontem o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) que retirou de circulação, em abril, as sacolas plásticas dos supermercados paulistas. O ministério informou que o TAC não atendia aos interesses do clientes por ferir artigos do Código de Defesa do Consumidor. "Por um lado, a decisão protegia o meio ambiente, mas por outro o ônus passou a ser única e exclusivamente do comprador", falou o advogado da área ambiental, do escritório Peixoto e Cury, Victor Trevizan.

Segundo o presidente da Plastivida (entidade que representa empresas do setor de plástico), Miguel Bahiense, após decisão a distribuição das sacolinhas se torna obrigatória. "Não há lei (que imponha a entrega), mas o cliente paga pela sacola e se o estabelecimento não entrega está lesando o consumidor."

Bahiense lembra que para guardar as compras, o cliente precisa levar embalagem ou comprar uma retornável por R$ 0,59. No entanto, ele continua arcando com os custos do plástico - que estão embutidos no preço das mercadorias. "A situação prejudicava duplamente o consumidor. Seria interessante se sacolas plásticas fossem substituídas por biodegradáveis até porque a diferença de tempo de degradação entre elas é grande, mas a mudança não poderia ter impacto para o consumidor", declarou a advogada da Proteste (Associação de Consumidores), Tatiana Viola de Queiroz.

O diretor da Plastivida explicou que a rapidez com que as sacolas vão retornar aos supermercados dependerá da intensidade que o consumidor irá reclamar dos seus direitos junto aos órgãos de defesa.

Para o advogado Arthur Rollo, professor da Faculdade de Direito de São Bernardo, é possível que demore, em média, 15 dias para que voltem a circular. E lembra que a interrupção do TAC não é definitiva. "Agora será necessário encontrar com a Apas (Associação Paulista de Supermercados) forma alternativa que não agrida o meio ambiente e que não gere desvantagem ao cliente", explicou. O próprio texto do MP diz que "cabe a Apas e demais supermercados fornecedores encontrar forma de, em vindo a retirar as sacolas plásticas do mercado, o que sem dúvida alguma seria salutar sob o ponto de vista ambiental, encontrar meio em que o consumidor não fique sem situação de desvantagem...".

Segundo Rollo, o possível abatimento dos custos das sacolas no preço final dos produtos e a distribuição gratuita de embalagens menos danosas ao ambiente devem ser tratadas a partir de agora.

A Apas disse que o setor se reuniria ontem para discutir proposta que será levada ao MP. Até o fechamento desta edição não foi divulgada informação sobre o encontro.




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