Política Titulo
Filiações partidárias vão paralisar reformas
25/09/2003 | 23:29
Compartilhar notícia


A próxima semana é dada como perdida para as reformas. Os líderes governistas avaliaram que não haverá quase ninguém em Brasília por causa da proximidade do encerramento do prazo de filiação partidária para os candidatos às eleições municipais de 2004.

Como o prazo de filiação termina no dia 2, ninguém tem dúvidas de que a próxima semana será totalmente dedicada à organização dos partidos nas bases. "Todos os deputados vão querer estar nos Estados, montando seus esquemas político-eleitorais para enfrentar a disputa municipal", diz o vice-líder do governo na Câmara Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT-SP), ao lembrar que os novos prefeitos serão fundamentais para garantir a reeleição dos atuais parlamentares.

Não foi à toa, portanto, que o governo decidiu atropelar o PFL na votação do segundo turno da reforma tributária na Câmara, na noite de quarta-feira, dificultando ainda mais o diálogo com os pefelistas do Senado, onde a proposta começou a tramitar nesta quinta-feira.

Mais do que se ver livre do risco de derrota para o partido, a administração federal empenhou-se em salvar o texto aprovado em primeiro turno de qualquer modificação, por mais insignificante que fosse, para evitar mais 15 dias de atraso na tramitação da emenda.

"Concluímos que a menor alteração no texto acabaria nos custando mais duas semanas", afirmou Professor Luizinho.

Qualquer alteração do projeto no segundo turno de votação obriga a volta do texto à Comissão de Redação. Feitos os ajustes, a emenda teria de regressar ao plenário e não haveria mais quórum para votá-la na tarde do dia 2.

Foi esta constatação que pesou na decisão de recorrer a uma manobra regimental para evitar a votação da principal emenda do PFL, que poderia pôr abaixo toda a transição prevista para a principal polêmica da reforma: a mudança do sistema de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que sairia, gradativamente, da origem para o destino. A decisão foi bem fundamentada pelo presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP).




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;