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Tenistas franceses treinam com a camisa da seleçao de futebol
Do Diário do Grande ABC
14/07/1999 | 16:39
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O clima amistoso entre as equipe do Brasil e da França nas vésperas do confronto pelas quartas-de-final do Grupo Mundial da Copa Davis, parece ter chegado ao fim, com a proximidade dos jogos e o início da "guerra fria" declarada pelos franceses. Em tom arrogante e de forma pouco simpática, o time francês apareceu para treinar vestido com a camisa da seleçao de futebol campea do mundo, em atitude de provocaçao aos brasileiros, que perderam a Copa há um ano. Nem todos os jogadores usaram a camisa azul, como o número 1 francês Cedric Pioline, ou o duplista Fabrice Santoro, ou mesmo o capitao Guy Forget. Mas a decisao nao ficou muito clara. Nao explicaram se a recusa foi deliberada, por julgarem a idéia antipática, ou por causa de patrocínios (têm contratos com a Nike e Reebok e a camisa oficial da seleçao francesa é Adidas).

A estratégia dos brasileiros foi a de procurar ignorar o fato. O técnico Ricardo Acioly tentou dissimular. "Nao percebi que estavam com a camisa da seleçao francesa", ironizou, para logo depois confortar-se com outra suposiçao. "Acho que faz parte do jeito deles, uma maneira de demonstrar o espírito de equipe na Copa Davis." Acioly nao quis entrar na jogada, nem aceitar a provocaçao. Preferiu assimilar o golpe e manter o bom clima da equipe brasileira, sem deixar os franceses marcarem o primeiro ponto, antes mesmo de o confronto começar.

Gustavo Kuerten também usou da mesma tática. "Foi patriotismo", disse Guga. "Se eu tivesse uma camisa da seleçao brasileira também iria usar." Apenas Guga e Andre Sá, além dos técnicos Acioly e Larri Passos, viram os franceses chegarem com a camisa da seleçao campea do mundo. Os outros jogadores já tinham voltado ao hotel. O tenista mineiro André Sá nao escondeu seus sentimentos.

"Foi pura provocaçao", confessou. "É jogo mental", prosseguiu. "Estou surpreso com a atitude e nesta quinta-feira vou aparecer com a camisa do Galo (Atlético Mineiro)".

Torcedor fanático do Internacional de Porto Alegre, o técnico Larri Passos também encontrou uma boa saída para definir o clima armado pelos franceses. "Sou colorado e detesto azul", disse referindo-se a cor da camisa da seleçao da França e a rivalidade do Inter com o Grêmio.

Esta nao é a primeira vez que os brasileiros enfrentam este clima de provocaçoes em confrontos da Davis no exterior. Nos jogos em Lérida, diante da Espanha, os tenistas lembram que durante o jantar de confraternizaçao (que se repetiu nesta quarta-feira em Pau), os jogadores espanhóis falavam que iriam ganhar por 5 a 0 e acabaram perdendo por 3 a 2.

Concentrada e motivada em buscar outro bom resultado na Davis, o time brasileiro investiu em treinos intensos e muita descontraçao, com Jaime Oncins e Fernando Meligeni comandando as açoes, como, por exemplo, abraçarem fortemente Andre Sá. Detalhe: os dois estavam totalmente suados, enquanto Sá chegava sequinho para iniciar o treino.




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