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Vereadores da base de Marcelo Oliveira aprovam moção de apoio a Eduardo Bolsonaro

Homenagem ao filho do ex-presidente, em julgamento no STF, passou por 14 votos favoráveis e nove contrários

Bruno Coelho
26/03/2025 | 09:07
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FOTO: Redes sociais


Com a ajuda de vereadores eleitos pela base do prefeito Marcelo Oliveira (PT), a Câmara de Mauá aprovou nesta terça-feira (25) a moção de apoio ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), protocolada por Erismar Soares Clementino, o Mazinho (PL). A redação gerou algo raro neste começo de legislatura, em um período no qual o governo não enfrenta dificuldades para aprovar projetos: uma divisão entre os parlamentares mauaenses. A proposta passou por 14 votos a nove.

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Enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) era julgado pela primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) se réu diante da denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) por participação na tentativa de golpe de estado, em Brasília, a moção de Mazinho causou alvoroço no Legislativo em Mauá. A curiosidade é que o tema virou pauta justamente na maior cidade administrada pelo PT no Estado de São Paulo, onde estão concentradas 82% da população sob as gestões petistas.


A redação destacou a “relevante contribuição” de Eduardo Bolsonaro, que se afastou da Câmara dos Deputados e se mudou para os Estados Unidos, à sociedade brasileira e citou uma “absurda tentativa da esquerda de requerer a apreensão de seu passaporte”. “Tais medidas visam exclusivamente constranger o parlamentar, cercear sua liberdade de expressão e inviabilizar sua atuação no Congresso Nacional”, citou a moção escrita por Mazinho.


Quem foi o primeiro a ir à tribuna para se colocar contra a matéria foi o vereador José Luiz Cassimiro (PT), remetendo à tentativa de Bolsonaro a descredibilizar as urnas eletrônicas e pela possível incitação aos ataques de 8 de janeiro do ano passado na Praça dos Três Poderes, pela capital federal. “Não posso aqui concordar em apoiar uma pessoa que vai aos Estados Unidos para interferir no Brasil, para que mude a nossa legislação. Isso já aconteceu no passado, em 1964, no golpe militar, com participação da CIA (Central Intelligence Agency)”, disse.


Em seguida, Mazinho foi ao púlpito para defender a homenagem a Eduardo Bolsonaro. “Se ele seguisse aqui, seria preso, porque o aparelho está montado. Como um juiz do STF vai julgar pessoas, que deveriam ser julgadas por primeira instância. Todos sabem que há uma série de ilegalidades. Mas não… É o STF, que condena, busca provas, manda prender e faz tudo sozinho. E hoje, todos os dias, o que mais vejo é se falar de STF”, discursou o liberal.

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Presidente da Câmara, Juninho Getúlio (PT) tem voto facultativo em discussões no plenário, porém, decidiu manifestar a sua contrariedade à proposta do colega do PL. “Temos sim que ter uma punição (à tentativa de golpe de estado). Porque não podemos aceitar que as pessoas invadam a Câmara da cidade de Mauá, depredam os gabinetes dos vereadores, dizendo que vocês não têm o direito de assumir os mandatos de vocês. E no nosso hino nacional, ouve dizer assim: “verás que um filho teu não foge à luta”. O filho do Bolsonaro fugiu. Arregão”, enfatizou.


Apesar das manifestações dos petistas, cinco dos 14 vereadores eleitos na base de Marcelo Oliveira endossaram a moção de apoio a Eduardo Bolsonaro. Do grupo, estiveram  Danilo do Teco, Denis Caporal (ambos do Podemos), Renan Pessoa (MDB), Ricardinho da Enfermagem e Wellington da Saúde (os dois do PSB), este que ainda enfatizou ao anunciar o voto:  “Pode votar cinco vezes? Sim”. Os outros nove se colocaram contra. Todos os parlamentares eleitos em outras chapas deram aval à homenagem ao deputado federal licenciado.




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