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Produção de bens de capital cresce 1,2%
02/07/2010 | 07:33
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A produção industrial se manteve estável em maio na comparação com abril, surpreendendo as previsões de economistas, cujas expectativas variavam de alta de 0,95% a 2,50%.

Mas o grande destaque foi o crescimento de 1,2% na fabricação de bens de capital no período, que demonstram investimentos que podem elevar a capacidade de produção.

Mesmo assim, analistas avaliam que esse cenário mantém as pressões inflacionárias que o BC (Banco Central) deve conter de olho na meta de inflação de 2011.

Ontem, o próprio BC revelou, no relatório trimestral de inflação, que a probabilidade de o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) estourar a meta, de 4,5% com variação máxima de dois pontos, é atualmente em torno de 17%.

A economista-chefe da Rosenberg e Associados, Thaís Zara, por exemplo, avalia que a hipótese mais provável para a estabilidade do setor manufatureiro foi o fim dos incentivos fiscais ao consumo e uma acomodação natural da atividade das fábricas.

O técnico da coordenação de indústria do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), André Macedo, também avalia que o fim dos benefícios relativos ao IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre eletrodomésticos e automóveis está provocando uma "acomodação" no ritmo da produção de bens de consumo duráveis. "Esse segmento vinha com trajetória positiva importante ao longo de 2009 com as isenções fiscais e, com o fim do benefício do IPI, há acomodação dessa categoria, ainda que tenham ocorrido avanços significativos em alguns segmentos, como fabricação de televisores", disse.

A produção de material elétrico e de comunicações, inserida no grupo dos duráveis, aumentou 6,1% em maio ante abril e representou o maior impacto positivo para o resultado da produção industrial no período.

Segundo Macedo, o aumento na produção dessa atividade foi puxado pelos televisores, sob a influência positiva das vendas para a Copa do Mundo.

A produção de bens duráveis aumentou 0,1% em maio ante abril, resultado muito próximo aos apurados, ante mês anterior, em abril (0,2%) e março (0,1%). Na comparação com maio do ano passado, a produção dessa categoria aumentou 15,4%.

"A indústria se encontra muito próxima do seu patamar mais elevado, que foi em março de 2010, e agora atinge uma acomodação", disse Macedo.

Segundo Macedo, o índice de média móvel trimestral, que prosseguiu em crescimento (0,8%) em maio, mostra que a indústria prossegue com tendência ascendente, apesar de alguma desaceleração no ritmo de aumento desse indicador. "Percebemos o cenário atual do setor industrial como um período de acomodação", disse.

Para o economista do IBGE, a alta na produção de bens de capital em maio, no 14º crescimento consecutivo ante o mês anterior, "talvez" seja o "grande resultado positivo, em função da qualidade que os bens de capital trazem para a indústria, significando aumento de capacidade, ampliação do parque industrial".

A produção de bens de capital, na comparação com maio de 2009, subiu 38,5%, impulsionada por bens de capital para transporte (34,2%), com destaque para caminhões) e para uso misto (46,7%, com destaque para equipamentos para telefonia e produtos de informática), além de bens de capital para construção (154,7%), para uso industrial (33,6%) e agrícola (51,2%).

No acumulado em 12 meses (0,8%) os bens de capital mostraram, em maio, o primeiro resultado positivo desde abril de 2009.




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