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Montoya conquista 1ª vitória na F1; Barrichello fica em 2º
Flavio Gomes
De Monza para o Diário
16/09/2001 | 19:17
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  Juan Pablo Montoya venceu neste domingo o GP mais triste da Fórmula 1 desde a corrida de Imola, em 1994, quando morreu Ayrton Senna. O colombiano tornou-se o primeiro piloto de seu país a vencer uma prova da categoria, mas ninguém, nem mesmo ele, teve muito ânimo para comemorar.

A 15ª etapa do Mundial aconteceu sob um clima sombrio. Foi um evento non-sense, realizado cinco dias depois dos atentados terroristas nos EUA e um após o traumático acidente na F-Mundial, que resultou na amputação das pernas de Alessandro Zanardi. O italiano, em 1999, correu na Williams, a equipe de Montoya.

“O que aconteceu com Alex foi devastador para todos aqui”, disse Frank Williams, dono do time. “Não é o melhor momento para se sentir feliz”, acrescentou Gerhard Berger, diretor da BMW.

Montoya dedicou a vitória a Zanardi, cujo lugar ocupou na Chip Ganassi em 1999. Naquele ano, o italiano deixou os EUA depois de conquistar dois títulos seguidos e Juan Pablo o substituiu a altura, ganhando o campeonato.

Não houve champanhe no pódio, apesar da insensibilidade dos organizadores, que colocaram três garrafas diante de Montoya, Rubens Barrichello, o segundo, e Ralf Schumacher, o terceiro. Os dois pilotos da Williams ostentavam tarjas negras no braço esquerdo. Elas ficaram onde estavam, intocadas.

O brasileiro, que fez uma de suas melhores corridas no ano, não tinha nenhuma inscrição de patrocinadores no macacão e estava com os olhos vermelhos. Ralf sequer ergueu seu troféu. “Espero que as pessoas entendam minhas razões”, falou o alemão, companheiro de Zanardi na Williams em 1999.

Andando num ritmo muito forte o tempo todo, Rubens terminou a corrida 5s175 atrás de Montoya. E poderia ter ganho, se não fosse um problema no seu primeiro pit stop. O equipamento de reabastecimento apresentou um defeito eletrônico e o piloto gastou 30s765 da entrada à saída dos boxes. “Se não fosse isso, daria para ganhar. Mas faz parte do jogo, um dia a gente ganha, no outro perde. Na verdade, num dia como hoje tanto faz. Não consegui esquecer o que aconteceu com Zanardi um segundo sequer e rezei muito na noite de sábado”, disse Barrichello.




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