O astral vivido por Palmeiras e São Paulo é considerado o tempero principal para o clássico de neste domingo, às 16h, no Pacaembu. A eliminação do Tricolor na Copa Libertadores da América e, automaticamente, o clima de tristeza que paira no Morumbi, coloca a equipe do Parque Antártica como favorita para o encontro dos dois times depois de 21 meses. Pelo menos é assim que o goleiro Rogério Ceni antecipa o confronto desta tarde. “Sempre é difícil enfrentá-los. A única diferença agora é que eles estão com o astral bem diferente do nosso. O Palmeiras está em situação melhor”, disse o capitão tricolor. Mas o lateral-esquerdo Lúcio, o mais acionado no time de Estevam Soares, prefere encarar o problema do arquiinimigo com cautela. “Já passamos com condições semelhantes. O grupo fica bastante magoado, mas também pode ficar mais perigoso por causa disso.”

Apesar de parecer em queda livre – depois da desclassificação na competição sul-americana, o São Paulo perdeu para o lanterna do Campeonato Brasileiro, o Paysandu –, a situação do time de Cuca é melhor do que a do alviverde no Nacional. O Tricolor tem 18 pontos, contra 16 do alviverde. Em compensação, o saldo de gols dos palmeirenses é quase quatro vezes maior: tem 11 e o Tricolor, três.

A rivalidade do clássico fica ainda mais acirrada com a possibilidade de ser a última partida dos seus atacantes-artilheiros. Vágner Love pode deixar a Academia e ir para o CSKA, da Rússia, enquanto Luís Fabiano não deve voltar a vestir a camisa do São Paulo depois de sua participação na Copa América. “A gente tem de fazer o Vágner Love se despedir do Brasil com a cabeça quente. Não vai ser o último jogo dele? Pois é, vamos ganhar para ele sair triste do Brasil”, provoca Grafite.

O técnico Cuca confirmou o São Paulo com novidades. O garoto Renan será titular com a função de curinga: será terceiro zagueiro e volante no esquema. “É justo dar uma seqüência para ele”, disse o treinador, que também confirmou o retorno de Fabão e Fábio Simplício, além da entrada de Lino pela lateral-esquerda. “Vamos explorar sua qualidade na bola parada, sua altura”, explica Cuca.

No Palmeiras, Pedrinho, que não joga desde o início de maio por contusão, fica com a vaga de Adãozinho no meio-campo. Élson, expulso contra o São Caetano, está fora. Assim, para fechar o quadrado do meio, Estevam Soares tem Marcinho ou Diego Souza, Corrêa e Magrão.

Se o São Paulo chora a eliminação na Libertadores, a temporada também não é das melhores para o Palmeiras, eliminado na semifinal do Paulista pelo Jundiaí. A última vez que as duas equipes se encontraram foi no Brasileiro de 2002, quando empataram por 1 a 1.