Toninho era considerado um ‘farol cultural’ na cidade
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O são-bernardense conhecido como Toninho, que de 1985 a 2021 manteve uma banca na esquina da Avenida Industrial (próximo à Estação Prefeito Celso Daniel), no bairro Jardim, em Santo André, morreu no último sábado (21). Antônio ficou famoso por não apenas vender, mas dar sugestões culturais a várias gerações, passando por música e literatura, do clássico ao alternativo. Durante a pandemia, teve que fechar o negócio. Agora, amigos almejam que a praça que abrigava a banca receba seu nome.
O operador de máquinas e morador de Ribeirão Pires Nelson Borges, 50, ia até a cidade pelas dicas na banca. “A ideia é falar com vereadores a respeito. Quem no Grande ABC buscou por música antes do digital, deve ter passado e recebido sugestão. Perdemos um mestre na cultura, porque na banca tinha até cartazes com anúncios de show”, disse.
Maurício Noznica, publicitário, 47, reiterou o espaço como parada obrigatória. “Quando ainda estava aberta (antes de 2021), as bandas tinham de passar lá, porque era onde as sugestões rodavam. Um farol cultural que moldou a juventude por décadas. Talvez por isso ele era mais admirado do que remunerado.”
"Para mim, ele foi um mestre que formou culturalmente três gerações em Santo André. Toninho foi o cara que me recebia com um disco, um sorriso e uma aula. Ele me ajudou a ler Euclides da Cunha, Bukowski e Guimarães Rosa. Era quem incrivelmente arrumava vhs do Jacques Rivet, quem me apresentou Mannish Boy para que minha vida mudasse", finaliza Marcelo Mendez, jornalista, 53 anos.
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