Filme sobre rota que corta Santo André, São Bernardo e Mogi das Cruzes será lançado hoje, em Paranapiacaba
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A terra batida de uma via que se estende por 50 quilômetros, passando pelas cidades de Santo André, São Bernardo e Mogi das Cruzes, conta uma história tão antiga quanto o período em que foi oficializada como trilha, há apenas dez anos. E as retas e curvas deste caminho formam o enredo do documentário Caminho do Sal - Trilhando Raízes Históricas, obra que terá pré-estreia neste domingo (8), às 16h, no Cine Lyra, em Paranapiacaba.
O trajeto, hoje percorrido principalmente por aventureiros em esportes como corrida e MTB (Mountain Bike) em meio à Mata Atlântica, revela uma herança em monumentos históricos, ainda ligados à época da coroa portuguesa, quando São Bernardo e Santo André eram um único município, e tropeiros cruzavam a trilha com o objetivo de abastecer a região com sal – item valioso e indispensável para a conservação de alimentos.
Um cenário fora do habitual e que foi conhecido, despretensiosamente, pelo diretor Felipe Cabello, 39 anos, que mora em São Bernardo e, além de estudar jornalismo, trabalha desde 2006 como repórter cinematográfico. “Para fotografar, remar e encontrar amigos em restaurantes, tornei o Riacho Grande e a Estrada Velha de Santos meu quintal. E foi assim que esbarrei com o Caminho do Sal. Apenas em um bate-papo com eles”, recorda.
A curiosidade do profissional em relação à Estrada do Sal, sentimento comum ao dos colegas Edgar Ishikawa e Marinha Rosmaninho, levou, durante um ano, a um processo de produção, gravação e edição de material sobre o local. Foram entrevistados nove especialistas regionais, além de outros personagens, trabalho que resultou em um filme com 45 minutos de duração, contemplado pelo edital são-bernardense da Lei Paulo Gustavo. O investimento chegou a R$ 25 mil, aplicados em equipamentos e no deslocamento da equipe a três partes do Caminho do Sal: Zanzalá (15 km), Carvoeiros (10 km) e Bento Ponteiro (25 km).
“Cada trecho tem a sua história e contamos quais são as pessoas e fatos por trás de cada um. O mais antigo dos pontos é o Zanzalá, que conecta os caminhos com Paranapiacaba e que ia até Mogi das Cruzes. Descobrimos nas pesquisas que a via passava por Rio Grande da Serra”, destaca Cabello.
Segundo ele, a intenção com o lançamento do documentário é levantar debate público a respeito da riqueza regional, principalmente quando o assunto é descobrir, preservar e divulgar a origem dos patrimônios nas cidades.
Para atingir o objetivo, após a pré-estreia no Cine Lyra, a equipe pretende levar as imagens a canais abertos de TV, como TVT e Canal Brasil, além de concorrer em festivais. Isso antes de disponibilizar ao público, de forma aberta, o conteúdo em <CF51>www.caminhodosal.com.br/live</CF>.
O filme tem tradução em Libras (Língua Brasileira de Sinais) e inglês, além de trilha sonora original composta por Rui Carlos de Avila.
A partir da estreia de Caminhos do Sal - Trilhando Raízes Históricas, o grupo revelou ao Diário a data de uma nova produção: 27 de março, quando deverá apresentar o documentário Billings, 100 anos. “O principal manancial da região será centenário e isso por si só já é um marco. Finalizamos as gravações em agosto, e a expectativa é muito grande para as duas produções”, exalta o diretor.
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