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A revolução no tratamento da obesidade começou timidamente em 2005 com a exenatida (Byetta) – laboratórios Eli Lilly e Amylin –, injetável com duas doses diárias, que além de oferecer competência inédita para o controle do diabetes tipo 2, trazia o benefício adicional do emagrecimento, contudo, a enorme frequência de efeitos colaterais era fator limitante para seu uso.
Em 2009 a exenatida caminharia rapidamente para sua retirada do mercado, em razão da chegada da Liraglutida (Victoza) – laboratório NovoNordisk –, fármaco de aplicação única diária, mais eficiente no controle glicêmico e perda ponderal, assim como, apresentava melhor perfil de tolerabilidade.
O fato dessa classe medicamentosa estimular a produção de insulina de acordo com a demanda glicêmica, sem provocar hipoglicemia, fez com que pudesse ser utilizada também para o emagrecimento de indivíduos não diabéticos e para esse fim seria nomeado Saxenda, alcançando média de emagrecimento sem precedentes, 6,8%.
A aprovação da comercialização da Semaglutida (Ozempic) – laboratório NovoNordisk – no final de 2017, determinou novo marco neste processo revolucionário, pois, embora primariamente homologada para uso no diabetes tipo 2, a (quase) inimaginável posologia de aplicação semanal e a incrível capacidade emagrecedora com média de 15,8%, fez com que sua oficialização para o tratamento da obesidade (Wegovy) fosse apenas uma questão de tempo.
Embora bombástico e justificável, o fenômeno Semaglutida (Ozempic/Wegovy) está sendo bastante arrefecido, não porque tenha sido questionado em seus superlativos vieses terapêuticos, mas sim porque uma nova substância, a tirzepatida (Mounjaro) – laboratórios Eli Lilly – expõe notórias vantagens em doses equivalentes.
Com estudos demonstrando eficácia no controle glicêmico e perda média de peso de 22,9% oferecida pela Tirzepatida, é óbvio que a era Mounjaro foi deflagrada rapidamente, aprovado também como fármaco antiobesidade (Zepbound) nos Estados Unidos, no Brasil aguarda a chancela da Anvisa, que já o aprovou para o diabetes tipo 2.
Mas, não há previsão de capítulo final nesta escalada sem precedentes no enfrentamento da obesidade e exemplo disso foi o anúncio feito pela farmacêutica Amgen há alguns dias, anotando que a medicação MariTide, em fase 2 do estudo, ofereceu “até” 20% de decréscimo ponderal em um ano.
O potencial emagrecedor do MariTide pode não entusiasmar diante dos consagrados resultados de Semaglutida e Tirzepatida, porém, possui o diferencial da aplicação mensal e de acordo com a farmacêutica, pode ainda derivar medicamento que será aplicado a cada três meses.
Se de um lado os preços brasileiros do extraordinário Mounjaro, e quem sabe do MariTide, são incógnitas, faz bem saber que em breve haverá produção nacional da Liraglutida e provável inclusão nas linhas do SUS, enquanto a Semaglutida também será produzida em nosso território, porém, possivelmente apenas a partir de 2026.
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