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A Câmara de São Caetano aprovou, hoje, requerimento do vereador Gilberto Costa (Progressistas), líder de governo, solicitando a criação de Comissão Especial para tratar sobre a invasão do imóvel no bairro Cerâmica pela “Ocupação da Mulher Operária”, na última quinta-feira (21), organizada pelo Movimento de Mulheres Olga Benário.
De acordo com o movimento, ligado ao partido de esquerda UP (Unidade Popular), o imóvel ocupado estava abandonado há mais de 30 anos e deveria ser transformado em uma casa de referência para acolher mulheres em situação de vulnerabilidade e violência, além de abrigar crianças, com previsão de incluir uma creche e uma cozinha comunitária.
Gilberto Costa afirmou que não vê como ocupação aquilo que se tenta à força ocupar em propriedade particular ou pública. Destacou, ainda, que a invasão é um retrocesso para uma sociedade. “Escuto aqui (na Câmara), que buscar apurar os fatos e a verdade (da invasão) é uma perseguição social. É lamentável, até porque esse é o nosso papel, de fiscalizador. Quando alguém faz uma construção é tanta coisa para se obter o habite-se e a gente vê pessoas apoiando que se ocupe um prédio que não sabemos como ele está, com crianças, mulheres, e evitando que a Defesa Civil entre para garantir, inclusive, a segurança de quem invadiu. Querem o confronto. Estamos falando é de movimento político, não ocupação. É um partido, o Unidade Popular, não tem nada de ocupação”, afirmou.
Bruna Biondi (Psol) foi um dos votos contrários à criação da comissão e já havia manifestado apoio à ocupação. Segundo a vereadora, há uma inércia do governo quando se trata da habitação popular e do tema da violência contra a mulher. “Quero declarar meu apoio a essa ocupação, que está fazendo o papel que o Estado e o governo de São Caetano deveria fazer. Essa comissão não tem motivos para acontecer, senão para perseguir um movimento social”, disse Biondi.
O vereador César Oliva (PSD) questionou, em seu discurso, quem é a oposição para definir se o imóvel tem sua função social cumprida ou não. “Que tipo de poder paralelo a esquerda quer em se colocar em um imóvel que, aparentemente, sequer se sabe o histórico ou o porquê de estar na condição que está. Às vezes existe uma situação financeira ou familiar, de herança sendo discutida, mas a extrema esquerda sob um plano de fundo da narrativa da defesa das mulheres, as quais todos aqui defendem a fazem políticas públicas para isso, para defender um crime. Vamos deixar muito claro o que é invasão de propriedade privada: é um crime previsto no artigo 150 do Código Penal”, pontuou.
Segundo o vereador Fábio Soares (Republicanos), existem informações de que um rapaz ganharia R$ 1.500 para localizar imóveis em estado de abandono ou sujeitos a alvo de invasões para o movimento. “Estamos levantando, mas ele entra, arma tudo e chama o Movimento de Mulheres Olga Benário . Mandei levantar imagens da câmeras antes da invasão, para tentar identificar esse rapaz, segundo a denúncia. Esse imóvel, conforme chegou até mim pela Secretaria de Obras, pertencia a Alimentos Santa Tereza, e o proprietário fazia esse prédio para um filho, que foi morto em um assalto. Com isso, o pai desolado, largou tudo. Então, quando alguém fala que o imóvel deixou de cumprir sua função social, temos outros mecanismos: a lei”, disse.
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