O recente aumento de delegados da Polícia Civil em São Paulo, promovido pela administração do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), é bem-vindo e, sem dúvida, reconhece a urgência em reforçar o contingente nas diversas regiões do Estado. A chegada de 11 novos delegados ao Grande ABC, conforme noticiado com exclusividade nesta edição do Diário, é medida que alivia, em parte, a demanda por profissionais e possibilita uma resposta mais eficiente às necessidades locais, como o atendimento especializado na Delegacia de Defesa da Mulher. Este reforço, embora relevante, precisa ser considerado apenas como passo inicial em cenário que exige atenção contínua e investimentos robustos.
Apesar do avanço, é evidente que o deficit de agentes na Polícia Civil do Grande ABC permanece significativo. Os números apresentados pelo Sindpesp, o sindicato da categoria, destacam disparidade preocupante: no início do ano, a região contava com 1.182 cargos ocupados em universo de 1.948 postos previstos, carência superior a 30%. Tal cenário se reflete diretamente na qualidade e agilidade do atendimento à população, gerando impacto nos serviços de investigação e na capacidade de resposta do Estado. O reforço de homens, embora relevante, não elimina a necessidade de análise mais ampla e plano de médio a longo prazo que contemple a reposição adequada de todos os postos vagos.
Portanto, para garantir uma estrutura policial eficaz e que atenda plenamente aos requisitos mínimos de segurança dos cidadãos, é imprescindível que as autoridades deem continuidade ao fortalecimento do quadro de pessoal, indo além de nomeações esporádicas, como as ora anunciadas. O Grande ABC, com sua complexidade e densidade populacional, que se aproxima dos 3 milhões de habitantes, demanda abordagem mais estratégica e investimentos consistentes para superar as deficiências históricas em recursos humanos. Somente assim será possível garantir ambiente de maior proteção e confiança aos seus moradores, refletindo compromisso real com a segurança pública.
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