O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), afirmou que o Orçamento Participativo provavelmente resultará apenas em demandas de médio e longo prazos. O petista disse que o município não conta com grande capacidade de investimento imediato e que precisa planejar políticas públicas para pleitear recursos junto à União e ao Governo do Estado de São Paulo.

De acordo com Reali, Diadema destina R$ 100 milhões para projetos, cerca de 13,3% do Orçamento municipal, estimado em R$ 750 milhões para 2011. "O maior desafio nosso são os investimentos. Não dá para ir para a plenária do OP e falar que temos 30% do orçamento para investir. Eu gostaria que isso fosse verdade, mas não é essa a realidade", justificou Reali.

O chefe do Executivo revelou que a maioria dos projetos desenvolvidos pela Prefeitura necessita de recursos de outras esferas. Por isso, tem tentado adotar nova metodologia nas plenárias do OP. "Exceto em casos de extrema urgência, temos falado para a população nos ajudar a pensar em ações para o futuro. Porque, desse modo, conseguimos desenvolver o projeto e apresentar ao governo federal, ao governo estadual e também a deputados para a captação de emendas. Não quero que essas propostas sejam apenas unidirecionais."

O planejamento do prefeito, no entanto, foi criticado pela oposição. O presidente do PSDB em Diadema, vereador José Dourado, disse que Reali não pode pensar em projetos de longo prazo sem saber se continuará na Prefeitura a partir de 2013.

"A Câmara deu um recado muito grande ao eleger o Laércio (Soares, PCdoB) presidente, a contragosto dele. Acho pretensão demais ele falar em ideias para o futuro. Até porque pode ser outro nome a executar essas ideias", alfinetou José Dourado, que esteve presente à primeira reunião do OP em 2011, realizada em uma escola no bairro Eldorado.

Estão previstos 13 encontros do Orçamento Participativo até o dia 20 de julho. A Prefeitura ainda organizará o Congresso das Cidades para captar outras sugestões.