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Médico do Ratinho é preso em Sto.André
Artur Rodrigues
Do Diário do Grande ABC
19/03/2007 | 22:26
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O ex-deputado estadual José Dilson de Carvalho (PDT) foi preso na tarde de sábado por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) de Santo André. Conhecido como o médico do Ratinho, por fazer aparições no programa do apresentador Carlos Massa, no SBT, Dilson é acusado de ser infiel depositário (quem se desfaz de bens cuja a guarda lhe foi atribuída pela Justiça).

Até segunda-feira, ele estava na carceragem da Polícia Federal. O médico foi preso às 17h, na esquina da Rua das Figueiras com a Alameda São Caetano. Estava a pé e não resistiu à prisão.

O processo que culminou na prisão de Dilson foi movido pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) contra o Hospital das Nações, interditado há dois anos pela Vigilância Sanitária de Santo André. A causa, de 1996, é do valor de R$ 132.790,66.

Dilson vendeu o hospital em 2005, por R$ 1,5 milhão, com uma dívida de R$ 12 milhões em encargos trabalhistas. Dez dos 30 processos em que figura como réu são relacionados a questões tributárias.

O juiz da Terceira Vara da Justiça Federal de Santo André, Uilton Reina Cecato, que expediu o mandado de prisão, estava numa audiência na tarde de segunda-feira e não quis se pronunciar. Como o processo estava em posse do magistrado, a reportagem não teve acesso aos autos.

O médico declarou um patrimônio de quase R$ 764 mil em 2006. Quando foi eleito com 58 mil votos, em 2002, Dilson tinha R$ 2,5 milhões. Na época, era dono não só do Hospital das Nações como também da Universo Assistência Médica, na mesma cidade.

As dívidas em impostos e trabalhistas das duas empresas foram apontadas por Dilson, em entrevista ao Diário no ano passado, como as causas do elevado número de processos a que responde. “Como toda pessoa que se mete a ser empresária no Brasil, tive minhas dificuldades. Eu era um herói”, alegou na ocasião.

Na residência do médico do Ratinho, no bairro Bela Vista, Santo André, uma pessoa que atendeu ao telefone na tarde de segunda-feira e que se identificou como amigo de Dilson afirmou não ter informações sobre o caso. A reportagem insistiu, mas ninguém atendeu às ligações até as 21h30.

Dilson não conseguiu ser reeleito no ano passado e de quebra saiu com uma acusação de fraude eleitoral. O motivo foi ter declarado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) não ter gasto nada em santinhos durante a campanha. Nos quatro anos como parlamentar, emplacou duas leis. Uma deu nome a uma escola estadual e outra instituiu a Semana de Tradição Nordestina. Entre as propostas que não vingaram, está a criação do Dia do Melhor Amigo do Homem – o Cachorro.

O vereador Carlos Ferreira, colega de partido de Dilson, conta que há dois anos o médico não aparece nas reuniões do diretório municipal do PDT. O parlamentar ficou surpreso ao saber da prisão. Informado sobre o motivo, não se conteve: “Ele logo sai”.



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