Denúncia enviada por uma moradora não foi apreciada em plenário; documento acusa tucano de ‘misoginia exercida como forma de poder’
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Com todos os 28 vereadores presentes na sessão de ontem da Câmara de São Bernardo, o pedido de impeachment contra o prefeito Orlando Morando (PSDB) não foi apreciado. A pauta, que é prioritária na ordem do dia da Casa, não mobilizou no plenário os parlamentares, que adiaram a decisão sobre se abrem um processo de investigação ou rejeitam e arquivam o oitavo processo contra o chefe do Executivo são-bernardense.
O texto foi enviado e protocolado na Casa na última segunda-feira por demanda popular em nome da moradora Fatima Damiana de Oliveira, uma semana depois de os vereadores terem rejeitado, por 21 votos a três, o sétimo pedido de investigação, que alegava postura ilícita de Morando por “vender, incessantemente, bens públicos”.
Desta vez, a munícipe aponta “misoginia exercida enquanto forma de poder”, referente a um caso de 2021 em que o chefe do Paço chamou de “vaca” uma jovem que participou de uma festa clandestina às margens da Represa Billings, na região do Riacho Grande.
Na época, o tucano concedeu entrevista à rede de TV Band News para falar da situação do município, que tinha 90% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) ocupados por pacientes de Covid-19. Ele se exasperou ao ver no vídeo a imagem de jovem que participava da balada, interrompida pela GCM (Guarda Civil Municipal). “Dá uma olhada: tinha de dar um tanque de roupa suja para essa vaca lavar. Não (era) para ela estar aqui agora fazendo este tipo de evento, contaminando as pessoas.”
DENÚNCIA
Na denúncia, a moradora alega que “o prefeito praticou conduta claramente incompatível com o decoro, grave infração político-administrativa, sujeita à pena de cassação do mandato”. “A declaração do prefeito demonstra que a misoginia foi exercida enquanto forma de poder e reforça a objetificação e o desrespeito às mulheres, com inequívoco preconceito e repúdio às mesmas, restando clara, portanto, a quebra de decoro do cargo no exercício de suas funções, diante do desrespeito aos padrões sociais contemporâneos de moralidade, ética e, especialmente, de igualdade de gênero”, diz.
O texto voltará à ordem do dia da próxima quarta-feira, a quatro dias do primeiro turno das eleições municipais.
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