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A ausência da vereadora Ana do Carmo (PT) durante a votação do pedido de abertura de processo de impeachment contra o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), levanta questionamentos sobre a verdadeira relação entre os dois partidos. Enquanto o chefe do Executivo é acusado de desmantelar o patrimônio público por meio de um agressivo programa de privatização de imóveis públicos, a falta de ação da legisladora petista contrasta com o discurso de oposição que o Partido dos Trabalhadores insiste em manter em plena campanha eleitoral em curso. Tal postura acaba por gerar desconfiança entre os cidadãos, que assistem a comportamento ambíguo e, por vezes, conivente.
Não é a primeira vez que Ana do Carmo adota uma atitude que, no mínimo, sugere proximidade com a administração tucana. Quando erros graves na gestão da Saúde resultaram em mortes no Hospital da Mulher, a legisladora também se absteve de apoiar a convocação do secretário responsável pela Pasta, Geraldo Reple Sobrinho, para prestar esclarecimentos. O comportamento questionável de figura chave do PT vai na contramão do que seria esperado de uma oposição firme, principalmente quando vidas estão em jogo. Mais inquietante ainda é o fato de que ninguém da campanha de Luiz Fernando Teixeira, candidato petista à sucessão de Morando, tenha publicamente condenado tais posturas.
Diante desse histórico que já completa oito anos, o eleitor de São Bernardo está coberto de razão se duvidar se PT e PSDB realmente se encontram em lados opostos da disputa eleitoral, como ambos querem fazer crer a quem acompanha mais de perto o desenrolar da campanha. Fica o questionamento: trata-se de silêncio cúmplice ou convergência de interesses? A retórica acirrada nas ruas e nas propagandas contrasta com os gestos discretos e omissões dentro do Legislativo. Em um cenário onde alianças e acomodações políticas podem estar veladas, resta ao cidadão questionar até que ponto as rivalidades partidárias são autênticas ou apenas uma encenação para o pleito que se aproxima.
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