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É urgente que o Brasil adote medidas concretas para enfrentar as agressões ao meio ambiente. As queimadas que consomem vastas áreas da Amazônia e do Pantanal nos últimos dias são apenas a parte mais visível de um problema que inclui desmatamento, crise hídrica e erosão da biodiversidade. A criação de uma Autoridade Climática, anunciada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pode centralizar esforços para enfrentar os desafios. No entanto, críticos apontam incerteza sobre a estrutura e o orçamento da nova instituição, além do risco de não ser eficaz sem uma coordenação mais ampla das políticas ambientais. Em visita ao Grande ABC na noite de ontem, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, evitou o tema.
Desde que Lula anunciou a ideia, terça-feira, em visita ao Amazonas, a sociedade busca detalhes de como vai funcionar a Autoridade – a elaboração da proposta cabe exatamente à Marina Silva, segundo o presidente. As vantagens incluem a possibilidade de implementar ações coordenadas para mitigar os riscos climáticos e reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O órgão também poderia promover políticas de adaptação aos eventos extremos, como secas e inundações, que já afetam diretamente a vida de milhões de brasileiros. Por outro lado, há dúvidas quanto à viabilidade financeira e o alcance real das políticas propostas, especialmente em um cenário de restrição orçamentária e conflitos de interesses com o agronegócio.
Durante visita a Mauá, onde veio reforçar a campanha pela reeleição do prefeito Marcelo Oliveira (PT), Marina Silva deixou a desejar ao falar mais de política e menos sobre as ações concretas do Brasil diante da crise climática. No momento em que a temperatura global aumenta e as catástrofes naturais se multiplicam, espera-se que o governo federal ofereça respostas mais claras e assertivas do que uma óbvia solicitação para que os prefeitos promovam cruzada anti-incêndios nas sete cidades. O Grande ABC, como outras áreas industriais País afora, é diretamente impactado pela degradação ambiental, o que torna imperativa agenda governamental focada em soluções práticas e urgentes. A União ainda deve essa diretriz.
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