Prefeito de S.Bernardo obteve vitória na Câmara, que aprovou projeto para liberar a alienação dos imóveis
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A Prefeitura de São Bernardo, sob o comando de Orlando Morando (PSDB), vai colocar mais quatro áreas públicas à venda. Projeto aprovado ontem na Câmara, sob regime de urgência, autoriza o Paço a se desfazer de aproximadamente 15 mil metros quadrados de próprios municipais.
Além de se tratar da venda de mais terrenos públicos, o que tem se tornado um marco da gestão tucana, chamou atenção o fato de os imóveis em questão não estarem completamente endereçados no projeto. A primeira área apresentada, de 420 metros quadrados, está localizada na rua Duque D’Aosta, na Vila Mussolini, mas sem número. A segunda, de 787,8 metros quadrados, fica na rua Walter Celli, no bairro Jardim do Mar. O terceiro terreno, de 373,10 metros quadrados, fica na rua Suíça, no Taboão. Já o quarto imóvel, dividido em dois lotes – um de 6.930,9 metros quadrados, e outro de 6.363,4 metros quadrados -, está localizado na Estrada Galvão Bueno, que percorre o bairro Batistini.
O Diário solicitou à Prefeitura as localizações dos imóveis, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.
Embora não tenha revelado o valor de cada área, o projeto estabelece o pagamento à vista ou parcelado até o dia 10 de dezembro deste ano – o parcelamento poderá ser feito mediante entrada à vista de 10% do valor total do terreno.
“Parece até piada, né? No dia em que votamos o impeachment, ele (Morando) está preocupado em vender mais terrenos. Já vendeu a Secretaria de Educação, de Serviços Urbanos, e agora? O que está acontecendo? Orlando, você vai vender a cidade inteira até sair da Prefeitura? Já está na boca do povo que ele virou ‘corretor imobiliário’. Na verdade, as pessoas que estão em casa, trabalhando e pagando imposto, mas ele não está ligando muito para essas pessoas”, criticou o vereador Glauco Braido (MDB).
O projeto foi protocolado ontem e votado em meio à prorrogação da sessão, que foi até as 15h para que os parlamentares pudessem ler a peça. A proposta foi aceita por 18 dos 28 vereadores – Alex Mognon (Progressistas), Almir do Gás (PRD), Aurélio (Podemos), Bispo João Batista (Republicanos), Eliezer Mendes (PL), Dr. Manuel (PMB), Estevão Camolesi (Cidadania), Fran Silva (Avante), Gordo da Adega (Podemos), Henrique Kabeça (PMB), Ivan Silva (PRTB), Joilson Santos (PRTB), Jorge Araújo (União Brasil), Maurício Cardozo (União Brasil), Netinho Rodrigues (Podemos), Palhinha (Avante), Reginaldo Burguês (Agir) e Toninho Tavares (Agir).
Votaram contra os vereadores Ana do Carmo (PT), Ana Nice (PT), Glauco Braido (MDB) e Paulo Eduardo (PL). Os parlamentares Getúlio do Amarelinho (PT), Julinho Fuzari (Cidadania), Lucas Ferreira (PL), Minami (Republicanos) e Pery Cartola (Cidadania) não estavam presentes no plenário durante a votação.
“No momento em que os servidores da Educação são retirados do seu local de trabalho por conta da venda da Secretaria, em que os profissionais da Pasta de Finanças estão sendo realocados, agora o prefeito vem e coloca mais terrenos à venda. Nossa cidade precisa deixar de ser uma imobiliária”, declarou Ana Nice.
OUTRAS VENDAS
Orlando Morando acumula vendas de terrenos públicos em seus dois mandatos como prefeito de São Bernardo. Conforme publicado pelo Diário no último sábado (9), a gestão tucana recentemente colocou para leilão as áreas onde hoje estão localizados a Secretaria de Finanças e o SBCPrev, instituto de previdência do funcionalismo público municipal. A área possui aproximadamente 32 mil metros quadrados e está sendo leiloada pelo valor de R$ 159,9 milhões.
No ano passado, Morando também vendeu o espaço que abrigava a Secretaria de Educação à Construtora Patriani, e o terreno da Secretaria de Serviços Urbanos à Fundação Salvador Arena. Nos últimos anos, também houve vendas do espaço destinado ao Centro de Reflexão de Trânsito (ao lado do Ginásio Poliesportivo) e do terreno onde foi erguido o supermercado Bem Barato, na avenida Pereira Barreto.
Câmara rejeita pedido de impeachment do prefeito
Em mais uma sessão marcada por suspensões e pouca ação, a Câmara de São Bernardo barrou a abertura do processo de impeachment do prefeito Orlando Morando (PSDB). A ação de iniciativa popular foi rejeitada por 18 dos 28 vereadores e teve apenas quatro votos favoráveis. Assim, a peça foi arquivada.
Votaram a favor da abertura de impeachment os vereadores do PT Ana Nice, Ana do Carmo e Getúlio do Amarelinho; e Glauco Braido (MDB). Os que foram contrários à cassação do tucano foram Alex Mognon (Progressistas), Almir do Gás (PRD), Aurélio (Podemos), Bispo João Batista (Republicanos), Dr. Manuel (PMB), Estevão Camolesi (Cidadania), Fran SIlva (Avante), Gordo da Adega (Podemos), Henrique Kabeça (PMB), Ivan Silva (PRTB), Joilson Santos (PRTB), Jorge Araújo (União Brasil), Maurício Cardozo (União Brasil), Minami (Republicanos), Netinho Rodrigues (Podemos), Palhinha (Avante), Reginaldo Burguês (Agir) e Toninho Tavares (Agir).
Chamou atenção a abstenção de cinco parlamentares - Lucas Ferreira (PL), Eliezer Mendes (PL), Julinho Fuzari (Cidadania), Pery Cartola (Cidadania) e Paulo Eduardo (PL) - que não integram a bancada governista.
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