Ação de iniciativa popular tramita na 5ª Vara Civil de São Caetano e está embasada na Lei de Responsabilidade Fiscal, que coíbe danos ao erário público
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O aumento de 76% nos salários de prefeito, vice-prefeito e secretários de São Caetano a partir de 2025, aprovado pela Câmara em junho e sancionado pelo prefeito José Auricchio Júnior (PSD) neste mês, vai parar na Justiça. A ação de iniciativa popular tenta reverter as decisões e barrar o reajuste com base na Lei de Responsabilidade Fiscal. Pedro Umbelino, pastor e pré-candidato a vereador pelo União Brasil, é autor da peça encaminhada ao Judiciário. Por meio de sua assessoria jurídica, ele sustenta ainda que o projeto, elaborado pela mesa diretora do Legislativo, não tem estudo de impacto orçamentário.
A peça de 48 páginas foi protocolada, no último dia 26, na 5ª Vara Civil da comarca são-caetanense.
De acordo com o advogado João Carlos Almeida, representante de Pedro Umbelino na ação, algumas irregularidades foram cometidas. “Tanto a Lei de Responsabilidade Fiscal quanto a Constituição Federal são claras em suas diretrizes. Se algum projeto de lei que aumente despesas for apresentado, deve vir com um estudo de impacto orçamentário, o que não ocorreu”, declarou o profissional do Direito.
Outro ponto em afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal teria sido cometida na elaboração da propositura. O Artigo 21 proíbe, por exemplo, o aumento de despesas pelo chefe do Executivo para o ano subsequente ao fim do seu mandato.
Além disso, o especialista garante que o reajuste, da forma que os ritos foram seguidos, também fere a Lei de Diretrizes Orçamentárias do município.
A ação, com pedido de tutela de urgência, tem segundo Pedro Umbelino por objetivo barrar a “farra” com o dinheiro público em São Caetano. “O aumento representa um grande descolamento da classe política com a realidade da população. Pior é saber que isso passou pela aprovação dos vereadores. Diante desta indignação, eu, como cidadão, aciono a Justiça para tentar barrar este aumento, no mínimo, imoral”, afirmou o pré-candidato.
O Diário contatou a Prefeitura e a Câmara para que apontassem suas considerações sobre o processo, mas não se manifestaram até o fechamento desta edição.
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