Diadema ocupa a 14ª colocação no ranking nacional das principais cidades que registram os maiores indicadores de roubo ou furto de telefones celulares no Brasil. No Grande ABC, o município é o líder absoluto nestas modalidades criminais, o que expõe falha sistemática dos organismos que deveriam zelar pela segurança do cidadão. Se é incontroverso que a responsabilidade pela garantia da lei e da ordem seja do Estado, conforme determina a Constituição da República, não se pode deixar de reconhecer que o município também pode contribuir, e muito, para derrubar as estatísticas de violência.
A edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostra que, no ano passado, Diadema anotou 1.208,4 roubos ou furtos de celular para cada grupo de 100 mil habitantes. O número é, possivelmente, muito maior, já que boa parte das vítimas, descrente na eficiência das autoridades, sequer registra queixa. A apatia, porém, precisa ser combatida. Até para que as estatísticas embasem políticas eficazes de combate à criminalidade, tanto do Estado quanto do município, pois trata-se de responsabilidade difusa.
Diadema, aliás, sabe como fazer. Ainda reside na lembrança dos cidadãos diademenses, e também na memória coletiva do brasileiro, como o município, no início dos anos 2000, implantou a Lei de Fechamento de Bares, a de número 2.107/02, que impedia os estabelecimentos de funcionar entre as 23h e as 5h para combater o alto número de homicídios que aterrorizavam a cidade. Os resultados foram imediatos. As vítimas de assassinatos caíram em 89,2%.
As consequências proporcionadas pela legislação extrapolaram a segurança pública, a ponto de a ONU (Organização das Nações Unidas) reconhecer a iniciativa como uma das dez melhores políticas públicas de combate ao consumo de álcool. Trata-se de prova inconteste de que o município pode fazer muito pela segurança além de reclamar da ausência do Estado.
Curiosamente, o prefeito de Diadema naquela época era o mesmo Filippi que hoje ocupa a cadeira no Executivo. Duas décadas atrás, todavia, o petista parecia mais interessado em servir a sociedade do que em fazer política rasteira para se manter no poder mesmo sacrificando o bem-estar da população. Lamentável.
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