O delegado titular da Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes) de Diadema, Ricardo Jean Maluf, foi assassinado pelo escrivão Henrique Dejol. Maluf foi baleado à queima-roupa com uma pistola ponto 40 no início da tarde de segunda-feira durante uma discussão dentro da delegacia.

Ele foi socorrido pelos colegas e encaminhado para o Hospital Municipal, onde passou por cirurgia. Por volta das 23h, os médicos comunicaram que o delegado havia morrido.

Os médicos disseram que a bala perfurou o intestino e atingiu o pâncreas de Maluf.

O delegado-seccional de Diadema, Paulo Fernando Fortunato, que assumiu a delegacia na segunda, disse que o desentendimento entre os dois teria começado há uma semana. "O motivo seria um cheque que desapareceu de um inquérito policial que estava sob responsabilidade de Dejol", disse. O delegado seccional não soube informar se o cheque estava preenchido ou não e de qual inquérito seria o documento.

Pressão - Há uma semana, Dejol era cobrado por Maluf pelo sumiço do documento. Um policial que já trabalhou com Dejol e pediu para não ser identificado disse que o escrivão estava sob pressão desde que foi para a Dise, há três semanas. "Hoje (ontem) fui conversar com ele e percebi o quanto estava transtornado", disse.

Dejol, que está na polícia há dez anos, foi autuado em flagrante e vai responder por homicídio. Ele foi encaminhado para o presídio da Polícia Civil que fica no bairro Santana, em São Paulo. O núcleo corregedor irá investigar o caso e tomar as providências necessárias. "O policial poderá ir a júri. Se for condenado, pode até ser expulso da corporação", disse o delegado seccional.