As irregularidades estariam no superfaturamento do contrato de varriçao de rua, na locaçao de veículos que nunca estiveram à disposiçao da Prefeitura e na cobrança de valores acima dos de mercado pelo fornecimento de mao-de-obra de apoio à administraçao.
Para o presidente da CPI, Amaury Laselva (PFL), ainda nao há elementos que justifiquem a convocaçao do ex-prefeito. "Ninguém mencionou o Dall'Anese. Hoje, eu nao vejo elementos para convocá-lo. Se houver posteriormente, poderemos estudar."
A posiçao de Laselva contradiz os argumentos que ele mesmo usa, quando se trata de preservar o atual prefeito, Luiz Tortorello, das investigaçoes. "O trabalho da CPI vai se restringir à administraçao Dall'Anese", costuma afirmar Laselva, durante as sessoes da comissao.
Para o autor do requerimento de convocaçao do ex-prefeito, Hamilton Lacerda (PT), o pedido foi barrado porque os governistas têm medo de que Dall'Anese acabe responsabilizando Tortorello pelos contratos com a Transbraçal. "Eles nao querem chamá-lo para nao dar a ele a chance de comprometer o Tortorello na CPI. Neste caso, o atual prefeito teria de depor, mesmo que para se defender."
Perícia - O presidente da CPI também desistiu de pedir exame grafotécnico para investigar a autenticidade de um documento fornecido pela Transbraçal. O documento corrige a lista de veículos locados à Prefeitura nos últimos meses de 1996.
A desistência foi justificada pelo fato de Arcídio Demarque, ex-diretor do Desem (Departamento de Serviços Municipais) no período das supostas irregularidades, ter entregue uma carta de próprio punho à CPI relatando ter-se lembrado do documento e reconhecendo sua assinatura.
Laselva tinha decidido solicitar um exame técnico para verificar a autenticidade do documento após o ex-diretor ter declarado, em depoimento à CPI, que nao recebeu, em 23 de dezembro de 1996, a carta corrigindo a lista de veículos locados. "Nao assinei o documento", disse Demarque à CPI, respondendo à perguntas de Lacerda.
"O Arcídio relembrando que assinou o documento desmontou o pedido da CPI. Ele está se colocando como responsável, e nao tenho nenhuma dúvida sobre a autenticidade do documento, já que a assinatura na sua carta é semelhante à da lista retificadora."
O Diário teve acesso a dois papéis assinados por Demarque. Um era lista retificadora da Transbraçal; outro era um documento interno da Prefeitura. As duas assinaturas eram diferentes.
Lacerda afirmou que irá solicitar o pedido de autenticidade ao Ministério Público. "Eu desafio o Demarque a vir pessoalmente à CPI e fazer a mesma assinatura da lista retificadora."
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