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Ipea mostra que Grande ABC teve 266 ‘homicídios ocultos’ em 2022

Atlas da Violência 2024 soma os registros oficiais e casos estimados em novo levantamento

Eduardo Vieira da Costa
18/06/2024 | 21:14
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Banco de Dados/DGABC

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O Atlas da Violência 2024, em sua publicação complementar Retrato dos Municípios Brasileiros, divulgada nesta terça-feira (18) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), revela que o Grande ABC teve 266 homicídios ocultos no ano de 2022, totalizando uma estimativa de 422 homicídios na soma com os casos oficialmente registrados, que foram 156. Com isso, a taxa de homicídios estimados para cada 100 mil habitantes na região foi de 15,9 – menor que a média nacional, de 24,5.

O levantamento se refere aos municípios com mais de 100 mil habitantes, o que deixa de fora só Rio Grande da Serra entre as sete cidades.

As estatísticas oficiais mostram que o Brasil registrou 46.409 homicídios em 2022, o que daria uma taxa de 21,7 mil por habitante. No entanto, o Atlas da Violência ressalta que, somados os homicídios ocultos, o número sobe para 52.391, com taxa de 24,5.

O estudo revela que os números oficiais são subestimados devido à grande quantidade de mortes violentas por causa indeterminada. “Para todo mundo que morre de morte violenta, o médico legista tem que expedir declaração de óbito que diz a causa da morte, se foi acidente, homicídio ou suicídio, por exemplo, mas muitas vezes ele não tem condição de determinar isso. Então é deixado em branco. A Secretaria de Saúde tenta entender o que aconteceu e busca dados junto às policias, mas muitas vezes a polícia falha, não há compartilhamento de informações, e a classificação aparace como MVCI (Morte Violenta por Causa Indeterminada). Isso é uma cova rasa das estatísticas (de homicídio)”, disse Daniel Cerqueira, técnico de planejamento e pesquisa do Ipea e coordenador do Atlas.

“O que fizemos foi entender quais são os casos que são homicídios que estavam mal classificados. Para isso, usamos um modelo de machine learning para reclassificar as MVCI que podem ser consideradas como homicídio”, explicou Cerqueira.

Na região, a cidade que registrou a pior taxa de homicídios por 100 mil habitantes foi Mauá, com 20,1, seguida por Santo André (19,2), Diadema (14,2), São Caetano (13,3), São Bernardo (12,7) e Ribeirão Pires (11,2). A cidade de São Paulo registrou 15,4.

Entre as 319 cidades do País com mais de 100 mil habitantes, os maiores destaques negativos são do Estado da Bahia, que tem os cinco municípios mais violentos do País. A cidade mais violenta em 2022 foi Santo Antônio de Jesus, com taxa de 94,1. O levantamento mostra que 57 apresentaram taxas menores de 10 homicídios por cem mil habitantes. A maior parte pertencente às regiões Sudeste (com 44 cidades) e Sul (13 cidades).

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