"A imprensa israelense criou a impressão de que Israel usará armas nucleares e isso é uma absoluta bobagem", disse Peres durante um debate com os membros de sua Equipe Estratégica de imprensa.

O ministro acrescentou que Israel "reitera que não será o primeiro país a introduzir armas nucleares na área, e sua política não mudou nesse sentido".

O chefe da diplomacia israelense se referia a várias declarações dadas por alguns ministros importantes e altos comandantes militares, no sentido de que Israel saberá dar desta vez "uma resposta apropriada" ao Iraque se esse país o atacar, como fez em 1991 durante a Guerra do Golfo.

Essa possibilidade é discutida em círculos governamentais israelenses, pois os EUA podem iniciar uma campanha militar para derrubar o presidente iraquiano, Sadam Hussein.

Na Guerra do Golfo, em 1991, o Iraque lançou mais de 40 mísseis balísticos contra Israel em resposta ao ataque de uma coalizão internacional liderada pelos EUA, depois da ocupação do Kuwait alguns meses antes.

Naquela ocasião, Israel não respondeu ao ataque para não desestabilizar a coalizão internacional, da qual faziam parte vários países árabes, mas fontes governamentais israelenses já afirmaram que isso não voltará a ocorrer.

No entanto, Peres pediu hoje a sua equipe estratégica que modere o tom das declarações públicas tanto na imprensa israelense como na internacional, e lamentou a impressão generalizada, dos meios de comunicação, de que Israel possa vir a empregar armas nucleares em represália.

Israel nunca reconheceu que tenha essas armas ainda que vários veículos de comunicação especializados afirmem que o país possui cerca de 200 ogivas nucleares.