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Indústria moveleira aposta em exportaçoes de US$ 2,5 bi
Do Diário do Grande ABC
26/02/2000 | 17:18
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A indústria brasileira de móveis, formada por pequenas e microempresas, quer exportar o equivalente a US$ 2,5 bilhoes em 2002. Desde meados dos anos 90 as vendas externas têm crescido entre 10% e 15% ao ano. No ano passado, alcançaram US$ 385 milhoes. A expectativa do setor é ganhar um novo impulso com a entrada nos programas de incentivo às exportaçoes da Agência Especial de Exportaçoes (Apex) no ano passado.

Hoje, apenas 80 fábricas de móveis exportam. A Associaçao Brasileira da Indústria Moveleira (Abimóvel) estima que mais 500 empresas entrem no mercado de vendas externas até 2002.

O presidente da Abimóvel, Nestor Bergamo, estima que a indústria venda ao exterior US$ 500 milhoes neste ano, já refletindo os incentivos dados pela Apex. O potencial brasileiro para exportaçoes, segundo Bergamo, é bastante grande. "Temos árvores, matéria-prima e mao-de-obra", afirma, explicando que um país como Taiwan, que nao tem as mesmas vantagens, vende ao exterior US$ 1,8 bilhao ao ano.

A desvalorizaçao do real tem ajudado as exportaçoes de móveis, mas é insuficiente para atingir a meta de US$ 2,5 bilhoes. O setor vai fazer algumas mudanças de estratégia para vender produtos de maior valor agregado e ampliar o mercado externo.

Eduardo Lima, superintendente da Abimóvel, explica que as empresas estao recebendo treinamento para comercializar com o exterior e participando de feiras e congressos internacionais para aprender a linguagem do comércio internacional. Além desse preparo, no entanto, o setor quer aumentar a venda de produtos de maior valor agregado, confeccionados com chapas aglomeradas em vez do pinus (madeira maciça).

Design - Um trabalho mais longo e lento também está sendo feito na área de design. Lima afirma que 85% dos móveis exportados hoje sao encomendas de outros países com design previamente definido. A fábrica brasileira apenas executa o pedido, deixando para o vendedor final um valor agregado sete vezes superior ao preço pago para o fabricante nacional.

"Queremos exportar um design próprio, de maior valor agregado", afirma o superintendente da Abimóvel. Hoje fazemos cópias, mas queremos que a criaçao brasileira entre na pauta de importaçoes dos compradores." Esse trabalho, no entanto, deve levar ao menos dez anos para dar resultado, explica.

Antes mesmo da preocupaçao com exportaçoes, empresários do setor já manifestavam preocupaçao em agregar valor a seus produtos. Agudos, no interior de Sao Paulo, por exemplo, deixou de enviar madeira para ser trabalhada em outras localidades e desenvolveu seu pólo industrial moveleiro.

O projeto começou com uma escola de marcenaria para formaçao de mao-de-obra e uma incubadora de empresas, com apoio da prefeitura, do Senai e de grande empresas do setor.




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