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BID prevê crescimento de 4% para a América Latina
Da AFP
24/01/2004 | 17:47
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O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Enrique Iglesias, afirmou neste sábado que a América Latina deve passar por “um período de bonança” na área econômica em 2004. Ele previu, durante o Econômico Mundial de Davos, que a região deve ter um crescimento de 4%.

“Acabou o qüinqüênio de recessão. Há uma recuperação forte", explicou Iglesias. “Estamos entrando em um período de bonança. É uma oportunidade que se abre para a região", avaliou.

Iglesias disse ainda que Argentina e Brasil terão um papel fundamental neste período. "A Argentina está crescendo muito bem. Acho que vai crescer em torno de 6% e o Brasil em torno de 4%. As duas economias têm muito peso na região em seu conjunto".

O presidente do BID destacou ainda que "a conjuntura internacional é favorável". "A maior parte dos preços das matérias-primas permanece estável. Os juros estão baixos. A desvalorização do dólar favoreceu nossa competitividade na zona não-dólar".

"Os países fizeram ajustes importantes, como a desvalorização de suas moedas em termos reais, ajustaram seus déficits fiscais ao máximo e têm uma situação muito mais segura em matéria de balanço de pagamentos", continuou. "Todos estes elementos parecem caminhar na direção certa".

O economista elogiou a Argentina, que conseguiu vencer a grande crise que enfrentou nos últimos anos. “Temos de admitir que é um país que realizou progressos realmente impressionantes", reconheceu Iglesias, que destacou que a Argentina "está saindo mais rapidamente da crise do que se pensava há dois anos".

Quanto ao Brasil, o presidente do BID afirmou que o país "está ganhando a batalha pela confiabilidade", graças à "política ortodoxa" aplicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "O Brasil apostou numa política ortodoxa para reconquistar a confiança dos mercados", explicou.

O presidente do BID também destacou os sinais positivos emitidos pelos Estados Unidos. "Temos uma forte interação com a economia dos Estados Unidos, e o crescimento anunciado é uma boa notícia para todos".

Iglesias avisou, no entanto, que a manutenção da desvalorização do dólar poderia constituir um perigo. "A curto prazo, a debilidade do dólar nos beneficiou, mas a longo prazo não será tão favorável, pois poderá eventualmente induzir uma modificação das taxas de juros, e isto representa sempre um custo importante para a América Latina".




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