Economia Titulo Volks e Mercedes afetadas
Crise climática no Sul já interfere na produção de veículos

Montadoras do Grande ABC começam a realizar paradas por falta de peças; Volks vai interromper as linhas a partir do dia 20

Nilton Valentim
15/05/2024 | 22:26
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FOTO: André Henriques/DGABC


 A tragédia climática que atinge o Rio Grande do Sul já interfere na rotina de trabalho das montadoras de veículos instaladas no Grande ABC. A enchente impede a produção de peças que compõem a cadeia produtiva e, pelo menos duas das fábricas da região, tiveram de recorrer a paradas.

A Volkswagen, de São Bernardo, protocolou junto ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC o comunicado de que irá suspender a produção entre os dias 20 e 29 de maio. Porém, com o feriado de Corpus Christi (dia 30), os 4.000 funcionários afetados só vão retornar ao trabalho em 3 de junho.

A Mercedes-Benz parou a linhas de produção nos dias 9 e 10 de maio e faz avaliações diárias sobre a necessidade de realizar novas interrupções. 

O consultor Cassio Pagliarini, especialista da Bright Consulting, aponta que a indústria automobilística será afetada de diversas formas pela tragédia. Ele elenca a redução das vendas locais de veículos, a diminuição na produção devido a danos nas fábricas localizadas nas áreas atingidas, restrições logísticas que impedem a distribuição de produtos, danos aos veículos novos e usados estocados nas fábricas e concessionárias e danos aos veículos atingidos pela inundação, além do grande impacto nas empresas seguradoras.

Ele lembra que existem fábricas de veículos e de autopeças no Estado do Rio Grande do Sul. “Enquanto a grande planta GM de Gravataí não aponta danos pela enchente, as condições logísticas para recebimento de material e para despacho de produtos encontram-se precárias”, afirma.

Pagliarini lembra que fábricas localizadas próximo a Porto Alegre e nas bacias inundadas terão quebra de produção e necessidades diversas de recomposição de maquinário. Todas deverão experimentar falta de energia elétrica em determinados momentos. Pelo menos 30 dias deverão transcorrer para que as estradas voltem a ficar transitáveis e 60 dias para permitir a reconstrução das fábricas de componentes atingidas. “Muitos dos fornecedores de freios e implementos rodoviários para caminhões e ônibus estão localizados no Rio Grande do Sul”, destaca o consultor.




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