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Vigilância Sanitária quer limpar casa da Amt.Protógenes
Danilo Angrimani
Do Diário do Grande ABC
14/11/2002 | 20:25
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A Defesa Civil e a Vigilância Sanitária de Santo André vão pedir autorização à polícia antes de limpar a casa da rua Almirante Protógenes, no bairro Jardim, onde um professor de natação aposentado inválido e sua filha com problemas mentais viviam cercados de lixo, baratas e animais. Segundo a polícia, não é preciso autorização.   

Os moradores Renato Guazelli e sua filha, Sonia Helena, foram internados quarta na ala psiquiátrica do Hospital Municipal. Na casa, restaram cachorros, gatos e um número incontável de baratas, que forram paredes e portas. O Departamento de Zoonoses já retirou 23 gatos e oito cães do local.   

O assistente de direção do Departamento de Defesa Civil, Rafael Neves, afirmou que o órgão de saúde vai retirar os animais restantes, dedetizar o imóvel e limpar os cômodos, abarrotados de detritos. “Antes, vamos pedir autorização para o delegado”, disse Neves. A Defesa Civil, ele informou, não pode interditar o imóvel, porque não há risco de desabamento.   

A polícia avisou que a Defesa Civil pode tomar a iniciativa. “Os órgãos municipais de saúde têm poder de polícia para realizar a limpeza, porque os responsáveis pela casa não têm condições físicas e psicológicas de fazê-lo”, explicou o delegado José Marcos Pimenta, do 4º Distrito Policial. “Basta chamar duas testemunhas, lavrar um documento e executar a faxina.”   

Rompimento – Nesta quinta os vizinhos do ex-professor de natação tentavam entender o momento da ruptura, quando os Guazelli deixaram de ser “uma família normal”. O pai, Renato, era professor de natação, “tinha um físico invejável”. A mãe, Sonia, lecionava piano e fazia fantasias, que tiravam as primeiras colocações em um antigo concurso promovido pelo cantor Ronnie Von. Eram de Sonia os quatro pianos destruídos na casa.   

Há três anos, segundo os vizinhos, a mãe morreu e isso teria ajudado a desestruturar a família. “A filha, Sonia Helena, ex-estudante de odontologia, tinha problemas mentais e começou a piorar. Tornou-se muito agressiva. Não deixava entrar na casa. Brigava com todo mundo na rua”, conta uma vizinha, que não quer ser identificada.   

Os policiais encontraram Guazelli faminto, atirado sobre um monturo, com várias garrafas de plástico, contendo urina. Uma outra filha de Guazelli foi localizada em Florianópolis (SC) e estaria viajando para Santo André.




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