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Três palcos prontos para grandes espetáculos

Conchita de Moraes e Carlos Gomes estão em funcionamento e o Teatro Municipal será reinaugurado

Da Redação
08/04/2024 | 12:52
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 Seja drama ou comédia, Santo André possui três importantes teatros para receber os principais espatáculos. O Carlos Gomes, reinaugurado em 2022, o Conchita de Moraes, que voltou a funcionar em 2023, após passar por reforma, e o Teatro Municipal, que será reaberto neste mês, provavelmente dia 26.

O Cine Theatro Carlos Gomes foi originalmente inaugurado em 1912 pelo italiano Vicenzo Arnaldi, na Rua Coronel Oliveira Lima. Em 1925 foi transferido para a atual sede pela empresa Arnaldi, Masini & Gianotti. Com estilo arquitetônico neoclássico, o edifício da Rua Senador Flaquer, 110. Estava fechado desde 2008 por problemas estruturais, até ser reaaberto em 2022.

O Conchita de Moraes ficou nove anos fechado, até voltar a funcionar no ano passado. Criado pelo Governo do Estado de São Paulo em 1959, o Teatro Conchita de Moraes foi inicialmente erguido para ser o auditório da escola estadual existente no mesmo quarteirão. Em 1963, em convênio com a Prefeitura, o teatro acolheu o Festival de Teatro Amador de Santo André. Em 1970 começou a ser administrado pelo município, que passou a utilizá-lo como um dos espaços teatrais da cidade.

O Teatro Municipal Maestro Flávio Florence foi fechado em 2020 para reforma e modernização. Inaugurado em 1971, o projeto arquitetônico original teve a participação de Rino Levi e do paisagista Roberto Burle Marx.

MEMÓRIA, PRESERVAÇÃO E INOVAÇÃO

Quem relembra ao Diário os atos no caminho de entretenimento dos equipamentos andreenses é o Diretor de Cultura, Mario Matiello. Para ele é essencial alinhar o passado, presente futuro nos equipamentos - como exemplo está o Cine Theatro Carlos Gomes.

“Um dos locais mais simbólicos da cidade já acabou virando uma loja de tecidos e um estacionamento. Então não podemos esquecer a luta do SOS Carlos Gomes para desapropriação, passando à municipalidade (1991) e tombamento no ano seguinte. Em resumo, o espaço foi readequado desde que fechou em 2009. Hoje ele está revitalizado com técnicas modernas e tem investimentos para uma programação diversa, não só de espetáculos de teatro, mas com feiras, eventos, shows e lançamentos de livros”, esclarece. 

HISTÓRIAS HUMANAS

Foi em 2005, por exemplo, que Audrey Manfredini, 40 anos, leu na seção de Cultura&Lazer do Diário que as inscrições estavam abertas no equipamento. Mesmo morando na Vila Metalúrgica, bairro vizinho ao da ELT, esta foi a primeira vez em que obteve conhecimento da escola andreense que a levou à formação teatral e ao posterior interesse para se graduar em História da Arte.

Hoje arte educadora e produtora cultural, a profissional vê o investimento na formação de atores e atrizes na cidade como uma oportunidade para que a sociedade em geral ajuste o próprio olhar, sobre qual o real papel e importância dos artistas.

"Se refletirmos, tudo que a gente faz na vida é político e isto não no sentido partidário e literal do que pensam: o teatro, por exemplo, também é político. Este movimento é uma reunião de pessoas diferentes, refletindo e ampliando suas percepções sobre o mundo, sendo afetadas e se sensibilizando sobre escolhas e diferentes realidades", enaltece Audrey.

Para o ator e músico Felipe Gomes Moreira, 42 anos, o teatro vai além de “sonhar novos imaginários”, sendo, aliás, a porta para perpetuar o legado cênico dos pais: na infância, enquanto a mãe atuava em peças religiosas, o pai também participava do grupo teatral Forja, que, ligado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na década de 1980, debatia artisticamente a realidade do chão de fábrica.

“Atuar é uma ferramenta para refletir e tornar cidadãos melhores. Inclusive, só consegui ter esta profissão porque a Escola Livre ficava a 40 minutos da minha casa. Para além disso, vale destacar que os teatros andreenses são importantes não só no município, mas com certeza já têm certo reconhecimento nacional. E se a gente ainda for falar da mobilização em torno do próprio bairro mesmo… as apresentações que guardo memória da ELT lotavam; as filas se acumulavam do lado de fora e, claro, não faltava o verdadeiro símbolo de sucesso dos espetáculos: o pipoqueiro na entrada”, destaca ele entre risos. 

“Todas as pessoas que conseguem subsistir da arte do teatro, elas precisam ser valorizadas porque se sustentar no segmento é trabalhoso e normalmente existe pouco apoio para essa área. Na ENT (Escola Nacional de Teatro), esta preocupação é constante”, aponta também Andréa Weber, Diretora Artístico-Pedagógica da instituição local que, na pandemia, expandiu sua abrangência a nível nacional pelo oferecimento de cursos virtuais.




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