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Polícia estoura laboratório de falsificação de bebidas em Mauá

Agentes encontraram garrafas, rótulos e selos em casa no Jardim Zaíra

Renan Soares
20/03/2024 | 10:37
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Polícia Civil entrou em casa com bebidas falsificadas (FOTO: André Henriques/DGABC)


Atualizada às 16h

A Polícia Civil desmantelou nesta quarta-feira (20) um laboratório de falsificação de bebidas no Jardim Zaíra, em Mauá, onde foram encontrados materiais como garrafas, rótulos e selos. O local, na Rua Dona Emilia Scarparo, era utilizado para a prática ilegal. O delegado Matheus Rezende, responsável pelo 5º Distrito Policial de Santo André, liderou a operação, que terminou com dois presos e cerca de 1.000 itens apreendidos.

Em entrevista, o delegado relevou que as investigações começaram em dezembro de 2023, no 5º DP (Distrito Policial) de Santo André. Inicialmente, descobriu-se um imóvel em Santo André que era utilizado para falsificação de creatina, um suplemento alimentar. No mesmo local eram falsificadas duas marcas de bebidas alcoólicas.

Com base em informações deste inquérito policial, os agentes passaram a monitorar outro local e descobriram que no bairro Jardim Zaíra, em Mauá, criminosos estavam falsificando diversas bebidas destiladas, incluindo uísque, vodca e gim. “Representamos o poder judiciário pela expedição de mandado de busca, que foi expedido na tarde de ontem (terça-feira). Hoje (quarta) pela manhã nos dirigimos a esse imóvel. E, para nossa surpresa, encontramos uma estrutura muito maior do que imaginávamos, com cerca de 1.000 garrafas de bebidas falsificadas, de marcas como Johnny Walker, Smirnoff e Absolut”, informou o delegado.

Um casal que residia no local foi preso em flagrante, sendo que ambos não tinham antecedentes criminais. Eles serão indiciados por crime contra a saúde pública, este equiparado ao hediondo, com penas que variam de quatro a oito anos de prisão. O principal suspeito, apontado como uma “pessoa bastante dissimulada” pelo delegado, negou inicialmente a prática da falsificação, mesmo com as muitas evidências, atribuindo a culpa à esposa.

“Os selos utilizados para lacração muito provavelmente ele conseguiu em alguma gráfica que vamos identificar no decorrer da investigação. Já as garrafas eram provavelmente de retorno das próprias adegas e bares que ele abastecia”, diz o delegado, que explica o método de atuação do casal. “Eles compravam o uísque de qualidade infinitamente inferior, garrafas que variam pelo que verifiquei aqui em torno de R$ 20, R$ 30 e colocavam esse uísque de baixa qualidade na embalagem do produto superior.”

As investigações vão seguir para identificar outras pessoas envolvidas na falsificação, casos das gráficas que produziam o selo, bem como os estabelecimentos que compravam as bebidas. O delegado destaca que não havia emissão de notas fiscais e que os preços de venda eram significativamente inferiores aos praticados no mercado, o que sugere a conivência dos comerciantes que adquiriram esses produtos.




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