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Quase um ano após greve, Morando volta a brecar reajuste dos servidores

Sindicato alega falta de diálogo por parte da gestão tucana, que se nega a abrir mesa de negociação; categoria considera nova paralisação

Artur Rodrigues
18/03/2024 | 08:43
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FOTO: Celso Luiz/DGABC


Quase um ano depois de os servidores de São Bernardo pararem por 15 dias, uma nova greve pode ser deflagrada pelos funcionários públicos do município. De acordo com o Sindserv-SBC (Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos de São Bernardo), a Prefeitura, sob o comando de Orlando Morando (PSDB), não está abrindo a mesa de negociação para o reajuste salarial da categoria, que considera convocar nova paralisação. 

“Ele (Morando) está novamente dificultando a mesa de negociação. Acredito que para destravar isso precisaremos mais uma vez mobilizar a categoria para o caminho da greve. Como diz o ditado popular, ‘quando a doença é grave, o remédio tem de ser amargo’. Como o Orlando não aprendeu, precisaremos parar a cidade novamente”, declarou o presidente do Sindserv-SBC, Dinailton Souza Cerqueira. 

O sindicato reivindica reajuste salarial de 15,44%. O índice engloba a estimativa de inflação (3,54% até dezembro do ano passado) e as perdas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras do serviço público municipal nos últimos oito anos, que somam 11,5%. A pauta possui oito reivindicações, que vão desde o compromisso de reposição salarial, passando pela manutenção da mesa de negociação, abono de Natal e reajuste dos auxílios para alimentação e transporte, melhorias na assistência médica dos servidores, entre outros itens. 

A pauta do Sindserv-SBC foi endossada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que apresentou aos servidores um estudo detalhado sobre o orçamento municipal, apontando uma margem segura nas finanças da Prefeitura para que a demanda seja atendida. 

De acordo com Dinailton, o sindicato já solicitou à Prefeitura a abertura de mesa de negociação para apresentar as propostas da categoria. No entanto, nenhum retorno foi dado por parte da gestão Morando. A situação é semelhante à que aconteceu no ano passado, quando a gestão tucana se recusou a negociar com o sindicato e a categoria ficou de greve por 15 dias. Na ocasião, os servidores pediam correção de 17,14%. Em meio à paralisação, a Câmara aprovou, sem qualquer diálogo com a categoria, um reajuste de 7% para o funcionalismo. A proposta, aceita por 22 dos 28 vereadores, foi rejeitada pelos funcionários depois de uma votação organizada pelo Sindserv-SBC. 

Iniciada no dia 27 de março, a greve foi suspensa em 11 de abril, quando a Prefeitura aceitou a abertura de uma mesa de negociação com o sindicato. A paralisação chegou a afetar 80% das escolas do município, que teve ao menos 140 unidades sem aula ou com funcionamento parcial devido ao silêncio da gestão tucana. A rede municipal de educação de São Bernardo conta com cerca de 80 mil alunos distribuídos em 176 escolas.




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