Goulart, que foi secretário geral do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC por seis anos, em dois mandatos de Oswaldo Cruz Júnior (presidente da entidade assassinado a tiros em 6 de janeiro de 1994, dentro de sua sala de trabalho), estava dormindo quando ouviu os disparos na frente de sua casa, no número 3.100 da avenida Itapark, no Jardim Itapark.

"Eu havia chegado em casa por volta das 22h e já tinha me deitado. Por volta da 0h, acordei com a rajada de tiros, mas só fui me dar conta que o problema era na minha residência no dia seguinte."

Na manha da sexta-feira, Goulart encontrou cinco perfuraçoes no portao de sua casa, que haviam perfurado a chapa de ferro e atingido a traseira de seu Gol placa CVU-8227, de Mogi das Cruzes. "Realmente, a intençao nao era me matar, mas os tiros certamente foram um aviso", afirmou o sindicalista, que registrou o caso na manha deste sábado no 1º DP da cidade.

Motivaçao - Goulart ainda nao sabe ao certo quais foram os motivos do atentado, mas está considerando as hipóteses de perseguiçao política e de rixa pessoal. "Tenho muitos conflitos dentro do sindicato de Mogi das Cruzes e já fui agredido e até ameaçado de morte. Mas isso é freqüente nesse meio, e nao acredito que os motivos políticos sejam suficientes para alguém querer me assustar."

Para ele, a probabilidade de rixa pessoal é ainda mais consistente. "Recentemente, entrei em conflito com alguns comerciantes próximos de minha casa que participam de rachas de carros na avenida Itapark durante a madrugada. Cheguei até mesmo a denunciá-los à polícia", afirmou.