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Cúpula do Milênio inicia segundo dia de sessoes
Do Diário do Grande ABC
07/09/2000 | 18:33
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A Cúpula do Milênio, que reúne um número recorde de 147 chefes de Estado e de Governo, reiniciou suas sessoes nesta quinta-feira na sede da ONU em Nova York. O segundo dia da Cúpula inclui reuniao do Conselho de Segurança da ONU com a finalidade de discutir sobre as reformas nas operaçoes de manutençao de paz da ONU.

O chefe de Estado do Qatar, xeque Hamad bin Khalifa al-Thani, foi o primeiro orador de um dia em que 44 mandatários desfilam pela tribuna da Assembléia Geral, incluindo o venezuelano Hugo Chávez e o argentino Fernando de la Rúa.

Na reuniao do Conselho de Segurança estarao os presidentes da China, Jiang Zemin; da França, Jacques Chirac; da Rússia, Vladimir Putin; dos Estados Unidos, Bill Clinton e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair. A reuniao desta quinta-feira é comandada pelo presidente do Mali, Alpha Umar Konare, cujo país ocupa a presidência mensal rotativa do Conselho.

A primeira cúpula do Conselho aconteceu em janeiro de 1992, presidida pelo entao chefe do governo britânico John Major. Naquela ocasiao foi abordado o papel dessa instância das Naçoes Unidas após do fim da guerra fria, que paralisava freqüentemente suas açoes por veto de algum de seus cinco membros permanentes.

Depois dos fracassos das missoes na Bósnia e Ruanda e, mais recentemente, em Serra Leoa, a ONU propôs, num documento publicado em 23 de agosto, uma série de mudanças. O informe recomenda um aumento substancial dos recursos, uma melhor definiçao dos objetivos e a criaçao de uma unidade de informaçao e análise. Segundo fontes diplomáticas, essas mudanças custariam US$ 100 milhoes por ano.

A diminuiçao atual dos recursos se deve, principalmente aos atrasos dos Estados Unidos no pagamento de sua cota para a Organizaçao: mais de US$ 1,6 bilhao, dos quais US$ 1 bilhao seriam destinados a missoes para a manutençao da paz.

A trágica morte de três membros do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados, na quarta-feira, num ataque de milícias pró-Indonésia, em Atambua, no Timor Oeste, reforçou as dificuldades e perigos que cercam os funcionários da Organizaçao, sejam civis ou militares.

Cada vez mais, os soldados da Força de Paz, os "boinas azuis", sao chamados para resolver conflitos internos armados, como em Serra Leoa ou na República Democrática do Congo, e nao apenas para garantir o cumprimento de um cessar-fogo entre as partes em guerra, como antes. Em 1º de agosto, cerca de 38 mil "boinas azuis" estavam espalhados pelo mundo inteiro em 14 operaçoes de paz.

Desde quarta-feira, quando começou a Cúpula do Milênio, vários chefes de Estado fizeram um apelo para que as propostas do informe sejam postas em prática imediatamente. Blair pediu que as mudanças sejam feitas no prazo de até um ano, porque, para ele, "a ONU deve modificar radicalmente seu projeto, seus sistemas de informaçao e análise e desenvolver o quanto antes um treinamento militar profissional".

Clinton ressaltou que se deve proporcionar à ONU "as ferramentas" para cumprir suas missoes, com "forças de paz que possam ser deslocadas rapidamente com treinamento e equipes apropriadas, para missoes bem definidas e bem dirigidas, acompanhadas da indispensável polícia civil".




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