O major Ronaldo Ribeiro dos Santos, comandante interino do 6º BPMM (Batalhão da Polícia Militar Metropolitana), responsável pelo policiamento em São Caetano e São Bernardo, disse nesta sexta que vai entregar na segunda-feira o plano de segurança pública para São Caetano. O documento foi uma exigência do prefeito Luiz Tortorello (PTB) como forma de evitar o corte do pró-labore oferecido há três anos aos policiais militares que atuam na cidade.

O comandante interino disse que desconhece o conteúdo do plano porque não fez parte da equipe responsável por sua elaboração. “Só fiquei encarregado de entregar o programa de segurança para o prefeito”, disse o major. Ele substitui até o final do mês o coronel José Carlos Rodrigues da Silva, comandante do 6º BPMM, que está de férias e havia prometido entregar o documento em 28 de dezembro.

Segundo o major, sua intenção era enviar o programa de segurança nesta sexta ao prefeito. “A informação que eu tive era que o Tortorello teria viajado e, por isso, vamos entregar na segunda-feira”, afirmou. A reportagem procurou o prefeito pela manhã, mas ele não estava na Prefeitura. O Departamento de Comunicação não confirmou se Tortorello teria viajado.

No final do ano passado, o prefeito declarou seu descontentamento com a atuação dos policiais militares em São Caetano e disse que só continuaria a pagar o benefício se a PM apresentasse um projeto de segurança para a cidade. Caso contrário, ele não enviaria para a Câmara o projeto de renovação do convênio.

Segundo o prefeito, a administração gasta aproximadamente R$ 1 milhão por ano com o pagamento do pró-labore. “Eu quero resultado na área de segurança. Ninguém quer pôr dinheiro bom em coisa ruim. Se não melhorar a segurança, vamos cortar o benefício”, havia dito aos funcionários do primeiro escalão em reunião realizada no Teatro Santos Dumont.

Na ocasião, Tortorello disse que São Caetano é a terceira cidade no Estado com maior índice de roubo de carros. Além disso, ele também deu a entender que a suspensão do benefício estaria ligada aos problemas enfrentados pelo time AD (Associação Desportiva) São Caetano na final do Campeonato Brasileiro, quando a PM apontou uma série de irregularidades no estádio Anacleto Campanella, onde aconteceu a partida.

A líder da oposição na Câmara Municipal, Vera Severiano (PT), disse que o pagamento do benefício é uma gratificação que deve ser paga independente do que acontece no município. Na opinião da vereadora, a segurança pública não se resume ao policiamento nas ruas, porque envolve outras áreas e problemas, como o desemprego. “A questão social, por exemplo, é primordial para reduzir a insegurança não só em São Caetano, mas em toda a região, onde o assunto deve ser amplamente discutido”, afirmou Vera.