Moradores confirmam presença de larvas por conta da água parada nas quadras poliesportivas localizadas na Vila Ferreira e no Jardim Esmeralda
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A falta de escoamento nas quadras poliesportivas das Praças-Parques da Vila Ferreira e do Jardim Esmeralda, tem causado transtornos aos moradores de São Bernardo. Os espaços construídos de areia acumulam a água da chuva e se tornam verdadeiras piscinas ao ar livre, acumulando, além do lixo, diversos bichos, como sapos, ratos, fezes de gatos e cachorros e recentemente se tornou foco de larvas do mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e a febre-amarela urbana.
A dona de casa, Silvania da Silva Carvalho, 40 anos, diz que seu filho, o pequeno Pietro Miguel Carvalho Silva, 7, pegou uma doença no pé no ano passado por conta da areia contaminada da quadra localizada na Vila Ferreira. “O pé dele começou a descascar muito, ficou com muitos machucados, cortes, e até na carne viva. O médico disse que é devido à situação da areia, então agora ele usa uma pomada e não deixo ele brincar mais lá, o espaço virou um risco para a saúde das crianças, principalmente devido às larvas de dengue”, desabafa a mãe.
O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Alves Dias, Alexandre Gil Pereira, 50, reclama da falta de solução por parte da Prefeitura de São Bernardo. Segundo afirma, foram protocoladas diversas solicitações na administração pública para que a situação fosse resolvida, sendo a maioria das notificações ignoradas.
“O problema ocorre desde que as Praças-Parques foram instaladas nos bairros. Toda vez que reclamamos, as equipes da Prefeitura vem e fazem mais um buraco na quadra, ao invés de resolver. Enquanto isso, a água continua parada e atraindo cada vez mais bichos e possíveis doenças para os frequentadores”, explica Pereira, que protocolou a última solicitação no dia 24 de janeiro, solicitando uma vistoria no equipamento público.
Morador há 23 anos da Vila Ferreira, o segurança João Neves Rafael, 61, está preocupado com os riscos que a água parada pode ocasionar para o surto de dengue na região. “A mínima chuva, alaga tudo, nem precisa ser um temporal. Então a quadra fica abandonada, sem poder ser utilizada pelas crianças. Já protocolamos ofícios, pedimos providências, e infelizmente ninguém resolve nada. Com essa epidemia de dengue no País, é um perigo para a população”, afirma.
Em relação aos casos de dengue, o município são-bernardense registrou aumento de 3.975% em um ano – maior elevação de ocorrências no Grande ABC. Até o dia 15 de janeiro de 2023, foram contabilizados na cidade quatro pacientes infectados, enquanto no mesmo período deste ano esse número saltou para 163, segundo dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde.
Alexandre Gil Pereira, que é autônomo, conta que mesmo após notificar administração pública, nenhuma equipe realizou vistoria nos locais com água parada em ações de combate à dengue, ou promoveu campanhas de conscientização sobre a doença nos bairros afetados.
MUDANÇA
A principal medida apontada pelos denunciantes para solucionar o problema da água parada nas quadras poliesportivas é substituir a areia dos equipamentos por gramado sintético (como já ocorre em modelos mais recentes), ou cimentar os espaços.
“Não adianta vir e fazer buracos nas quadras, é necessário trocar urgentemente a areia, senão o problema não será solucionado. Estamos cansados de pedir ajuda, e não ter o problema resolvido. O que era para ser um espaço de lazer, está trazendo preocupação”, finaliza o presidente da associação dos moradores do bairro, Alexandre Gil Pereira.
Procurada, a Prefeitura de São Bernardo não respondeu os questionamentos do Diário sobre o caso até o fechamento desta edição.
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