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Intenção de consumo para
o Natal deste ano é recorde
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
22/12/2010 | 07:30
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O resultado da equação mais dinheiro no bolso e acesso facilitado ao crédito neste fim de ano só poderia resultar em intenção de compras recorde para este Natal. A operadora de impressão Sandra Ribeiro, 27 anos, calcula que vai desembolsar R$ 1.000 com presentes. Ela não lembra quanto gastou em 2009, mas afirma que a quantia será maior.

"Minha condição financeira está mais confortável. Já comprei bicicleta, celular, máquina digital e roupas para mim e para as crianças", disse Sandra, enquanto trocava um par de tênis para o filho na Rua Oliveira Lima, em Santo André.

Segundo a Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo), a intenção de consumo das famílias atingiu 147,2 pontos em dezembro, avanço de 9,2% em relação a igual período de 2009. A entidade destacou que as pessoas estão com mais recursos e propensas a comprar bens duráveis, que necessitam de parcelamento a longo prazo, devido à facilidade com o crédito.

A conversão do desejo de comprar em vendas efetivas é percebida entre os varejistas. No Magazine Torra Torra, o gerente de lojas Jailton de Jesus notou que os clientes estão comprando peças mais caras. "O estoque das peças com valor agregado maior está baixo em relação às mais baratas. Vamos crescer 50% neste ano."

Os consumidores não foram intimidados pela chuva de ontem à tarde, tanto que a Oliveira Lima estava movimentada. O presidente da SOL (Sociedade Oliveira Lima e Região), Hélio Farber, aposta em vendas superiores a 15% neste ano.

"Nos dias que antecedem o Natal, mais de 200 mil pessoas vão passar diariamente pela rua, cinco vezes mais que um dia normal", estimou Farber. Vestuário, calçados, eletroeletrônicos e brinquedos serão os itens mais vendidos.

GASTO - Levantamento realizado pela empresa de pesquisa com 1.000 pessoas, indica que os brasileiros vão gastar em média R$ 364 nas compras natalinas, principalmente com roupas e acessórios. Fatia de 12% pretende gastar até R$ 116 e, 16%, acima de R$ 581.

Nos corredores dos centros de compras de Santo André os consumidores ouvidos pelo Diário estavam dispostos a tirar mais dinheiro da carteira. A dona de casa Maria Adelaide Lopes, 50, gastou R$ 1.000 em compras de Natal com roupas, calçados e bijuterias. Por outro lado, a aposentada Lurdes Sales Abucarma, 72, afirmou ter se controlado mais, desembolsando cerca de R$ 500.

A três dias do Natal, alguns lojistas reclamavam do movimento nos shoppings. O gerente da Mais Valdir Sandro Eduardo Silva disse que o fluxo melhorou nesta semana, mas que tem loja de rua vendendo mais. O gerente da Pontal Calçados Santiago Correria também se queixou, relatando que o tíquete médio de compras encolheu para R$ 70.

VIRTUAIS - As compras nas lojas virtuais brasileiras durante este fim de ano deverão somar R$ 2,2 bilhões no período de 15 de novembro a 24 de dezembro, apontam dados da empresa especializada em comércio eletrônico e-bit. O valor representa crescimento de 40% frente ao ano passado.

Entre as categorias que se destacam nas vendas estão livros, eletrônicos, informática e eletrodomésticos, com tíquete médio de compra na casa dos R$ 370.

De acordo com a empresa de comércio eletrônico MercadoLivre, o aumento de presentes de Natal relacionados à tecnologia é verificado em oito dos últimos dez anos. "A tendência é que neste ano os telefones celulares ocupem a liderança nas vendas, assim como ocorreu em 2003", detacou o diretor-geral do MercadoLivre no Brasil, Helisson Lemos.

Nos anos anteriores (veja arte acima) a maior parte dos presentes que liderou as vendas pertenceu à categoria eletrônicos e informática. Em 2000, o produto mais vendido foi o discman. No ano seguinte, a máquina fotográfica digital começava a ganhar espaço entre os e-consumidores.

Já em 2003, os celulares foram os campeões de venda entre os usuários cadastrados no MercadoLivre. Em números gerais, os itens de telefonia já são responsáveis por 18% das negociações na plataforma, seguidos por equipamentos de informática (15%) e acessórios para veículos (11%).

No primeiro semestre deste ano foram negociados mais de 17,5 milhões de produtos, alta de 36% na comparação com o ano passado. Além dos celulares, os videogames também dominaram a lista por mais de um ano como PlayStation 2, em 2006, e o Nintendo Wii há dois anos.




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