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Novo deslizamento destrói casa em Mauá
Willian Novaes
Do Diário do Grande ABC
03/12/2009 | 08:11
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Ari Paleta/DGABC


Um dia após o deslizamento de um morro com cerca de 200 metros no bairro Zaíra 4, em Mauá, atingir 20 casas com um mar de lama na Rua Roberto Estela, uma chuva de apenas 20 minutos fez mais uma parte do mesmo barranco desmoronar ontem. A residência da dona de casa Maria de Fátima de Lima Vidal, 46, que fica na mesma rua, ficou destruída. Uma outra casa ficou parcialmente interditada.

A residência de quatro cômodos ficou com apenas um deles intacto. Uma das gatas de estimação da família foi a única vítima fatal. "Eu ouvi um barulho quando estava lavando louça e resolvi sair de casa. Quando cheguei no portão, olhei para trás e vi a lama derrubando tudo. Não deu tempo para pegar a gatinha", disse chorando Maria de Fátima.

Desde a última sexta-feira, a moradora anda com uma sacola de plástico com todos os documentos dos familiares junto ao corpo.

Na residência atingida, morava a dona de casa com o marido e duas filhas, além de dois gatos e dois cachorros. "Meu marido pediu ajuda para a Prefeitura, mas ninguém apareceu aqui. Ele passou a madrugada em cima da laje com um guarda-chuva para vigiar e acordar a gente se acontecesse alguma coisa", lembrou Maria de Fátima.

O coordenador da Defesa Civil de Mauá, José Luis Salvador, disse que o local não foi vistoriado, na tarde de ontem, porque não havia pessoal disponível. "Não tivemos pernas para atender todas as ocorrências de ontem (anteontem). É uma situação complicada", disse Salvador.

A dona de casa reclamava da perda dos móveis recém- comprados. "A casa estava novinha e me acontece uma coisa dessas."

Para o ajudante geral João José de Oliveira, morador da residência parcialmente interditada, os culpados pelos acidentes são as pessoas que jogam entulho e terra na parte de cima do barranco. "Cansei de avisar que um dia isso aconteceria. Aqui não era uma área de risco, mas agora ficou. Estava na cara que uma hora tudo cairia em cima da gente."

Moradores reclamam da falta de apoio da Prefeitura

Os moradores das ruas Roberta Estela e Benedita dos Santos Silva reclamavam da falta de apoio da Prefeitura, após a tempestade de terça-feira e de ontem.

O metalúrgico Francisco Pereira de Abreu, 38 anos, precisou faltar no emprego para religar a água e a energia elétrica da sua casa. Uma parte do barranco do seu quintal deslizou e derrubou a sua escada, o poste de energia elétrica e os canos de água e esgoto.

"Liguei na Prefeitura para saber quando eles vão tirar a terra da rua. Me responderam que apenas quando tivessem uma máquina", disse Abreu.

A Defesa Civil disponibilizou duas lonas para cobrir uma fissura no terreno. "Isso não dá para nada", questiona Abreu.

A dona de casa Maria Nascimento Santos, 24, estava assustada após o temporal da tarde de ontem. "A gente está com medo, principalmente se chover à noite. Hoje (ontem), quando começou a chover, comecei a colocar todos os móveis na parte de cima da casa, e ninguém da Prefeitura passou aqui para falar alguma coisa", conta Maria.

A Prefeitura de Mauá foi procurada e não retornou o pedido de informações.




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