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Prefeitura pede desocupação em Mauá
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
12/11/2008 | 07:01
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A Prefeitura de Mauá deu ontem prazo de 48 horas para que o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) desocupe o terreno invadido na Rua Andirá, no Jardim Paranavaí, desde sexta-feira. Apesar da notificação ter sido assinada por um integrante do movimento, a líder do grupo, Daniela Damaceno, afirmou que o MTST não cumprirá a determinação. "Só sairemos mediante uma negociação."

Daniela informou que a Prefeitura prometeu para hoje a data de uma reunião com a secretaria municipal de Habitação. O secretário Altivo Ovando Júnior foi procurado para confirmar o encontro mas não se pronunciou.

Nem ele nem qualquer representante da Prefeitura se manifestou sobre quais ações serão tomadas caso o MTST realmente descumpra a notificação e permaneça na área. Parte do terreno é propriedade municipal, a administração não soube informar a quem pertence a outra porção do imóvel.

A invasão reúne 123 famílias - a maioria participou da ocupação no Jardim Olinda, também em Mauá, no fim de março. A líder do movimento explicou que a ação ocorreu porque a Prefeitura não teria cumprido a promessa da época da outra invasão. "Na ocasião eles se comprometeram a desapropriar uma área junto com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo) para a construção de casas populares. O primeiro terreno foi reprovado, depois nada foi feito. Entrou o processo eleitoral e a campanha se tornou algo mais importante", disse Daniela Damaceno. Ela contou que anteontem dois ônibus com manifestantes de Mauá foram até o Ministério das Cidades, em Brasília, pedir apoio do governo federal.

Até que se tenha uma resposta concreta da administração, os manifestantes continuarão no acampamento do Jardim Paranavaí que possui cozinha coletiva e fossa. Maria da Conceição Silva, 36 anos, está acampada em uma das barracas de lona com o filho de dois meses. Os outros dois - de 15 e 17 anos - estão na casa de familiares, onde ela também morava desde que foi despejada. "Fico aqui até a Prefeitura decidir algo. Vou lutar para que no futuro meus filhos não precisem passar pela mesma coisa que eu."




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