Com 58,2% dos moradores neste grupo, cenário regional diverge da tendência nacional, que tem a população parda como maioria no País pela primeira vez
ouça este conteúdo
|
readme
|
A população do Grande ABC se autodeclara predominantemente branca, de acordo com informações do Censo 2022, divulgadas ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com 58,2% dos moradores, ou 1,5 milhão de pessoas neste grupo, o cenário regional diverge da tendência nacional, que registrou no ano passado, pela primeira vez, a população parda como maioria no País, com 92,1 milhões de pessoas, cerca de 45,3%.
No ano passado, 886.249 moradores da região se declararam pardos - alta de 16,4% em relação a 2010. Esse grupo representa 38,8% da população total do Grande ABC. Já as pessoas pretas são 7,6%, com 206.164 moradores. Somados, pretos e pardos equivalem a 40,5% da população regional. (Veja dados por município na arte abaixo)
No Brasil, desde 1991, as pessoas pardas não superavam a população branca, que chegou a 88,2 milhões em 2022 (ou 43,5% da população do País). Outras 20,6 milhões se declaram pretas (10,2%), enquanto 1,7 milhões se declararam indígenas (0,8%) e 850,1 mil se declaram amarelas (0,4%).
Em relação a 2010, o número de indígenas na região cresceu 17%, passando de 2.358 para 2.761 em 2022. São Bernardo concentra 37,7% da população indígena do Grande ABC, com 1.043 pessoas. Na sequência aparecem Santo André (630), Mauá (374) e Diadema (288).
A definição da cor ou raça no Censo é feita por autodeclaração. Durante a pesquisa, o morador entrevistado se identifica de acordo com uma de cinco alternativas: branca; preta; amarela; parda ou indígena. Em 2010, havia a opção de não declarar a raça, mas apenas 0,005% dos entrevistados escolheram essa opção.
A população amarela diminuiu 12,2% nas sete cidades da região. No Censo de 2010, 34.056 moradores se declararam amarelos, enquanto em 2022 esse número caiu para 29.888. No País, esse grupo apresentou redução de 59,2%, e sua participação recuou de 1,1% para 0,4%, retornando a patamares de 1991 e 2000.
Essa queda da população amarela pode estar relacionada a um procedimento adotado no Censo 2022, segundo informou o IBGE. De acordo com o órgão, caso o entrevistado se declarasse da cor ou raça amarela, o recenseador faria uma pergunta adicional padrão. “Considera-se como cor ou raça amarela a pessoa de origem oriental: japonesa, chinesa, coreana. Você confirma sua escolha?”.
Leonardo Athias, analista do IBGE, acredita que o novo procedimento concorreu para essa ‘mudança mais drástica’ na proporção de pessoas que se declararam amarelas. “São vários fatores que explicam essas variações. Podem ser demográficos, de migração, de identificação, de condições de vida, de serviços, entre outras”, disse o analista.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.