Mobilização teve início ontem e foi votada por quase 1.000 alunos em assembleia estudantil; grupo reivindica melhorias na infraestrutura do campus
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Estudantes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) campus Diadema decretaram paralisação de uma semana por conta de problemas na infraestrutura no campus da instituição de ensino superior, localizada na região central do município. A mobilização, que começou ontem e segue até a próxima terça-feira (28), foi votada por 950 alunos em assembleia geral estudantil.
Desde o dia 17 deste mês, os alunos estão em indicativo de greve, com início previsto para o próximo semestre, ou seja, no início de 2024. Além da greve, também ficou decidido que a comunidade estudantil marcará presença em atos que membros da reitoria da universidade estiverem presentes, como nos próximos dias 27 e 28 de novembro, e em 1 de dezembro.
Os alunos reivindicam melhorias para uma série de problemas estruturais no campus Diadema, em diversas áreas, como infraestrutura, transporte, alimentação e auxílio estudantil. O estudante de ciências ambientais, Tarciso Galli, 36 anos, conta que frequentemente as aulas são canceladas por falta de energia elétrica devido a problemas na fiação. Outra dificuldade apontada, é a ausência de equipamentos de ventilação nas salas de aula, que contam com cerca de 100 pessoas por turma.
No dia 16 deste mês, foi realizada uma reunião dos estudantes com a reitoria para falar sobre os problemas na instituição. “Nosso campus está inserido em um contexto de precarização em decorrência da ineficiência e má gestão orçamentária do MEC (Ministério da Educação) e da Secretaria de Ensino Superior, o que nos faz conviver diariamente com problemas estruturais. A posição da reitoria e da diretoria do campus é que falta verba, por isso eles não têm possibilidade de assumir compromissos concretos. Como consideramos a resposta insatisfatória, optamos pelas assembleias que resultaram na paralisação que está em andamento”, explica Tarciso.
Yasmin Luiz Veiga, 20, estudante do curso de farmácia, acrescenta que a precarização na universidade atinge também as refeições servidas no bandejão da instituição de ensino superior. Segundo afirma, a água possui forte gosto de cloro, a comida oferecida pela empresa terceirizada possui baixa qualidade, e frequentemente são encontradas larvas, metais e até pedras nas refeições.
“Sem contar os nossos problemas com o transporte interno, que leva os alunos de um prédio para outro. O estado de manutenção desses veículos é bastante precário, apresentando problemas como buracos no acabamento interno, por exemplo. A frota é reduzida, o que ocasiona a superlotação, e também a circulação em horários reduzidos, ou seja, para não esperar duas horas, os alunos acabam pegando transporte por aplicativo”, reforça.
Os dois alunos denunciam ainda problemas no auxílio estudantil oferecido. Conforme alegam, o valor máximo pago mensalmente é de R$ 760 por pessoa. Essa quantia seria insuficiente para manter as despesas dos estudantes de baixa renda. “Isso contribui com a evasão escolar. Temos relatos de pessoas que solicitaram e que têm direito ao auxílio, porém, até o momento não receberam os valores referentes à 2023”, informa Tarciso.
JUSTIFICATIVAS
Procurada, a Unifesp Diadema não respondeu os questionamentos do Diário até o fechamento desta edição. Em respostas aos problemas apresentados, o MEC informou apenas que as universidades possuem autonomia para informar como se dá a execução dos recursos enviados pelo governo federal.
“As universidades e os institutos federais brasileiros receberam R$ 2,44 bilhões extras para o fortalecimento da educação superior e do ensino profissional e tecnológico. Ao todo, 70% do montante (R$1,7 bilhão) foi disponibilizado para a recomposição direta nas universidades e institutos. Desse valor, aproximadamente R$ 1,32 bilhão foi direcionado para as universidades e R$ 388 milhões para os institutos federais”, pontuou o órgão por meio de nota.
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