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Papa nomeia novo bispo no Grande ABC
Fabiana Chiachiri
Do Diário do Grande ABC
01/10/2003 | 20:52
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Dom Nelson Westrupp, 64 anos, é o novo bispo do Grande ABC. A nomeação foi anunciada na manhã desta quarta-feira, por meio do bispo auxiliar de Santo André, dom Airton José dos Santos, após receber uma carta assinada pelo papa João Paulo II, de Roma, nomeando o novo bispo da diocese de Santo André, que abrange toda a região. Desde a morte de dom Décio Pereira, em fevereiro deste ano, a região estava sem bispo titular. Na época, dom Airton foi eleito por um colégio de padres para assumir o posto de administrador diocesano e comandar a diocese de Santo André até a nomeação de um novo bispo.

“Tudo poderia acontecer, mas as chances de eu assumir a diocese como bispo eram remotas. Existe todo um processo e o mais provável era que um bispo de outra cidade assumisse a diocese”, disse. Para dom Nelson, a nomeação foi uma surpresa, apesar de saber que na vida sacerdotal tudo pode acontecer. “Fico feliz em ser lembrado.

Estou com o coração aberto para ajudar a comunidade.” De acordo com dom Nelson, sua posse deve acontecer dentro de dois meses, a partir da nomeação. “Acredito que até o fim de novembro estarei por aí.” A seguir, trechos da entrevista que o novo bispo de Santo André concedeu ao Diário:

DIÁRIO – Como foi receber o convite? O senhor já esperava por isso?

DOM NELSON – Ninguém espera uma nomeação episcopal. Esse processo é demorado e leva alguns meses, já que é o papa João Paulo II quem faz a escolha. Credito minha nomeação a um árduo trabalho desenvolvido desde que recebi a ordenação episcopal, em 1991. Desde o início da minha vida sacerdotal estou nas mãos de Deus. Sei que mudanças podem acontecer. Estou com o coração aberto para ajudar no crescimento da comunidade cristã. Minha meta é que cada diocesano traga pães e peixes para implementar uma cultura de união e paz.

DIÁRIO – Como é mudar de cidade depois de 12 anos trabalhando em São José dos Campos?

DOM NELSON – Estou sentindo uma sensação de novidade. Já conheço o Grande ABC. Estive na posse de dom Décio Pereira (bispo da diocese de Santo André morto em fevereiro deste ano) e, na década de 80, parte de minha congregação tomava conta de uma paróquia em Santo André, que não recordo o nome. Sempre olhei a região com muita simpatia. Sei que o Grande ABC tem muita influência no Estado de São Paulo e no Brasil, pois é o berço do sindicalismo, além de gerar muitos empregos em suas fábricas. A diversidade de povos também enriquece a região.

DIÁRIO – O que o senhor espera encontrar no Grande ABC?

DOM NELSON – Espero encontrar corações abertos para poder trabalhar na construção do reino de Deus.

DIÁRIO – O senhor conhecia dom Décio Pereira? Como era o relacionamento entre os senhores?

DOM NELSON – Trabalhei com ele durante seis anos na mesma comissão catequética no Estado de São Paulo. Quando ele morreu, em fevereiro, estava na Europa e não pude comparecer ao enterro. Aliás, estávamos juntos em Roma, cumprindo uma agenda, pouco antes dele falecer. Era como se fosse meu irmão, não só em Deus, mas de sangue. Ele era uma pessoa muito prendada e ajudou muito a comunidade do Grande ABC.

DIÁRIO – Quais são os seus planos para o Grande ABC?

DOM NELSON – Fica difícil falar sobre isso ainda. Quero chegar na cidade e me inteirar do que está acontecendo para depois decidir o que fazer. No entanto, acredito que todo bispo deve procurar implementar ações evangelizadoras da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) em sua diocese. Assim, o povo de Deus terá muito a lucrar. Posso afirmar que 90% das minhas ações vêm da atuação de leigos e leigas que ajudam na igreja.

DIÁRIO – O senhor apóia a renovação carismática?

DOM NELSON – Procuro ser um pastor de todos os povos. Acolho tudo e todos. Tudo que for para o bem da igreja eu apóio. Acredito que havendo sintonia e comunhão devemos dar oportunidade, e não enxotarmos da igreja.




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