"Inocente", frisou Bryant, em declaração ao juiz Terry Ruckriegle, quase 11 meses depois de uma funcionária de um hotel do Colorado tê-lo denunciado de violência sexual.
Com a declaração de Bryant foi dada por encerrada a audiência desta semana, que acabou poucas horas antes de o jogador viajar para Los Angeles para mais um jogo dos playoffs da NBA.
O juiz não estabeleceu nesta terça, como era esperado, a data para o início do julgamento, mas acabou acertando uma nova audiência preliminar para o dia 27 deste mês.
Segundo a legislação do Colorado, uma vez que o acusado se declarar culpado ou inocente de um crime, o julgamento deve começar durante os seis meses seguintes - neste caso, até 11 de novembro. "O tempo urge", ressaltou o perito legal de Denver, Craig Silverman.
Na véspera, a jovem de 19 anos que acusa Kobe Bryant de estupro apareceu de surpresa no tribunal do Colorado. Ela saiu visivelmente irritada ao final da audiência, à qual só compareceu para assistir, segundo a porta-voz da Corte, Karen Salaz.
Nessa audiência, os advogados do jogador, Hal Haddon e Pamela Mackey, tentaram demonstrar que a suposta vítima tem um caráter instável, com várias tentativas de suicídio e uma intensa vida sexual, o que deve servir de evidência para o julgamento.
Esta foi a segunda vez que a jovem, cujo nome é mantido em sigilo e cujo rosto não é divulgado pela mídia, se apresenta à corte desde que teve início o processo judicial contra Kobe. A primeira vez foi em 24 de março, quando ela depôs durante três horas.
Segundo a defesa, a suposta vítima manteve relações sexuais com outros homens poucas horas antes e depois do suposto estupro, o que levantaria dúvidas sobre as causas dos ferimentos genitais que ela apresentou como provas para denunciar o jogador.
Sob a legislação do Colorado, a vida sexual de supostas vítimas de estupro não é informação que se apresente ao júri, exceto quando há uma forte razão para fazê-lo.
Na manhã da última segunda-feira, os advogados de Bryant quiseram eliminar como evidência as declarações do esportista à polícia, feitas horas depois de a jovem tê-lo denunciado. Os advogados afirmam que o interrogatório foi ilegal, pois a polícia não informou o jogador sobre seus direitos.
Nestes três dias de audiências, a defesa de Bryant quer evitar que a jovem seja mencionada como "vítima" durante o julgamento, pois alega que esta "qualificação" implicaria a culpa de seu cliente.
A jovem garante que o jogador a violentou em 30 de junho passado no quarto do luxuoso hotel onde ela trabalhava e ele era hóspede.
O astro do Lakers, casado e pai de uma menina de um ano e meio, negou a acusação de estupro, mas admitiu ter tido relações sexuais com a moça. Se for considerado culpado, ele poderá passar o resto da vida na prisão.
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