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Cúpula da PM critica sistema prisional
Luciano Cavenagui
Do Diário do Grande ABC
15/06/2008 | 07:05
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A cúpula da Polícia Militar na região criticou o sistema penitenciário como um dos fatores facilitadores da criminalidade. Na mesma proporção em que a polícia prende mais, a recuperação dos detentos fica mais difícil. As considerações foram feitas anteontem, durante visita ao Diário de sete oficiais que estão à frente da PM no Grande ABC.

"Nós prendemos cada vez mais, mas as prisões não suportam. Os CDPs (Centros de Detenção Provisória), erguidos para abrigar 400, 500 presos, hoje estão com 1.000, 1.200 pessoas. Esse quadro precisa ser considerado no contexto da violência", afirmou o tenente-coronel Francisco Rissi Filho, comandante interino do CPA/M-6 (Comando de Policiamento Metropolitano 6), que abrange o Grande ABC.

Os benefícios de saída temporária na Páscoa, no Dia das Mães e em outras datas também foi motivo de queixa dos oficiais. Nesses períodos, os índices criminais aumentam.

"Um percentual considerável de criminosos sai às ruas e precisa arrumar dinheiro para pagar as dívidas do crime. Cometem assaltos, seqüestros, extorsões e até praticam homicídios para acertar as contas com os seus desafetos. Muitos deles nem voltam para os presídios", disse o major José Elérigton Paulino, subcomandante do 10º Batalhão, que patrulha parte de Santo André.

"Também há o problema dos presos albergados, que precisam somente dormir na cadeia. Muitos deles praticam os crimes durante o dia e voltam tranqüilamente à noite para os presídios", acrescentou Rissi.

ESTATÍSTICAS - Segundo as últimas estatísticas divulgadas pelo Estado, referentes ao primeiro trimestre, a região teve aumento de 33% nos assassinatos, 4,1% nos furtos e 9,2% nos roubos, em comparação com o mesmo período de 2007. Somente houve queda, de 7,3%, nos furtos e roubos de veículos.

"Esses números estão dentro da normalidade sazonal. Quando detectamos curvas ascendentes, reunimos todos os comandantes dos batalhões e traçamos um planejamento de operações. É o que estamos fazendo. Se fizermos uma análise em um período maior, nos últimos anos os índices caíram bastante, principalmente os homicídios. No ano 2000, Santo André teve 282 homicídios. Em 2007, esse número baixou para 70", enfatizou o comandante da PM no Grande ABC.




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