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GM demite funcionários em pleno sábado

Trabalhadores foram notificados da dispensa por telegrama; empresa não informa número de cortes

Nilton Valentim
Do Diário do Grande ABC
21/10/2023 | 17:34
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GM de São Caetano envia telegrama para dispensar funcionários (FOTO: Divulgação)

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Atualizada às 10h22 do dia 22/10/23

A GM (General Motors) demitiu ontem funcionários nas unidades de São Caetano, São José dos Campos e de Mogi das Cruzes. Trabalhadores receberam telegramas comunicando o desligamento. O número de cortes não foi informado. O Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano fará uma assembleia hoje, às 10h, e não descarta ir à greve se os desligamentos não forem cancelados pela montadora.

A queda nas vendas e nas exportações levaram a General Motors a adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano, São José dos Campos e Mogi das Cruzes”, informou a GM por nota. A empresa afirmou ainda que as dispensas ocorrem após várias tentativas de ajustes, como a suspensão temporária de contratos de trabalho (layoff), férias coletivas e dias de folga, além de um PDV (Programa de Demissão Voluntária) que foi rejeitado pelos funcionários em setembro.

“Entendemos o impacto que esta decisão pode provocar na vida das pessoas, mas a adequação é necessária e permitirá que a companhia mantenha a agilidade de suas operações, garantindo a sustentabilidade para o futuro”, diz a GM por nota.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, lamentou a decisão da GM. “A gente estava mais ou menos esperando, mas o método (envio de telegramas no sábado) nos pegou de calças curtas. Nós vamos pedir a suspensão das demissões, queremos iniciar uma negociação e vamos partir para um movimento que, inclusive pode ter greve”, afirmou.

Cidão convocou os trabalhadores que foram notificados da demissão a comparecerem hoje, às 10h, na sede do sindicato. “A intenção é fazer uma lista dos que receberam os telegramas. Talvez na segunda-feira a gente tenha o número total de demitidos”, afirmou o sindicalista.

PDV REJEITADO

Em setembro, a empresa fez uma proposta de demissao voluntária que não foi aceita pelos funcionários. Quem quisesse deixar firma tinha oito opções de pacotes, podendo receber até sete salários ou 21 meses de convênio médico. Na época a proposta foi rejeitada pelos trabalhadores.

Naquela ocasião, a GM enviou um documento aos funcionários no qual detalhava as opções e justificava que “o cenário de vendas de veículos no Brasil está obrigando a indústria automotiva a fazer ajustes em suas capacidades produtivas. Agora, os ajustes não são mais por falta de peças, é necessário adaptar as fábricas ao tamanho do mercado”.

No mesmo comunicado, a GM ainda falava que “os juros altos para financiamento de veículos 0KM retrai a demanda e, consequentemente, as projeções de vendas para os próximos meses também cai. Não há previsão de melhora, inclusive, para o ano de 2024”.




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