A taxa de captação paga pelos bancos em setembro deste ano subiu pela primeira vez desde outubro do ano passado. Dados do BC (Banco Central) mostram que a taxa paga pelas instituições financeiras para conseguir recursos no mercado foi, em média, de 9,3% ao ano no mês passado, 0,2 ponto percentual superior ao observado em agosto.

A alta acompanha o movimento observado no mercado de juros futuros, que teve expressiva elevação das taxas em setembro. O maior custo de captação dos bancos aconteceu nos recursos que são destinados aos empréstimos concedidos às pessoas físicas. Nessas operações, a taxa de captação teve a segunda alta seguida e avançou de 9,8% em agosto para 10,2% em setembro. Nos empréstimos para as pessoas jurídicas, a taxa de captação seguiu em 8,6% no mês passado.

O chefe-adjunto do Depec (Departamento Econômico) do BC, Tulio Maciel, diz que esse movimento ainda não tem consistência que possa representar a criação de uma tendência. "A alta do custo de captação reflete a expectativa de alguns agentes financeiros de que o juro pode subir em 2010. É um movimento ainda incipiente", disse, ao minimizar o movimento.

Maciel também rejeitou a possibilidade de que o aumento do custo de captação dos bancos tenha relação direta com o aumento do juro em outubro. Dados preliminares do BC mostram elevação das taxas entre os dias 1 e 13 de outubro. Segundo ele, essa influência é apenas "marginal" e o mais importante, no momento, é a mudança na composição do crédito tomado principalmente pelas pessoas físicas.

Em outubro, após a divulgação do comunicado da reunião da semana passada do Copom (Comitê de Política Monetária), que manteve a Selic em 8,75% ao ano, os juros futuros voltaram a cair.