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Assassinato de Arkan frustra os que queriam julgá-lo
Do Diário do Grande ABC
16/01/2000 | 19:34
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O assassinato do líder paramilitar sérvio Zeljko Raznatovic, o homem conhecido como Arkan e que ganhou notoriedade como aliado do presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, deixou frustrados vários líderes ocidentais que teriam preferido vê-lo comparecer diante de um tribunal de crimes de guerra da ONU. Arkan, 47 anos, foi abatido a tiros neste sábado no salao de entrada de um hotel de Belgrado, junto com dois de seus guarda-costas. Outras informaçoes indicaram que uma cunhada de Arkan teria ficado ferida no ataque.

Uma fonte informou que Arkan foi atingido neste sábado no olho por uma bala disparada por uma metralhadora Heckler and Koch, mas há outras versoes dando conta de que na verdade ele levou três tiros. Até o final da tarde deste domingo ninguém tinha sido preso por causa do atentado. O funeral será realizado quarta-feira e seu caixao ficará exposto em capela ardente na sede do Partido de Unidade Sérvia, no mesmo bairro de Belgrado em que vive Milosevic.

"Nao acredito que possam ser derramadas lágrimas por um assassino psicopata", declarou Jacques Klein, o mais importante funcionário que supervisiona a paz na Bósnia. "O triste do caso é que ele nao compareceu diante da justiça, nao foi levado a tribunal de Haya". A secretária de Estado americana Madeleine Albright, durante sua visita ao Panamá, admitiu que "ninguém se alegrou com o assassinato de Arkan. Teria sido melhor se ele fosse julgado em Haya por seus delitos". Destacou ainda que Arkan é o segundo acusado sérvio de cometer crimes de guerra a ser executado nos dois últimos anos. "Os Estados Unidos pedem a todos os criminosos de guerra processados que se entreguem voluntariamente (...) Todos receberao um julgamento justo em Haya", afirmou a secretária.

Arkan foi processado em setembro de 1997 por ter cometido crimes de lesa humanidade na Bósnia e suas forças militares foram acusadas de participar de atrocidades durante a guerra da Croácia em 1991. As forças de Arkan se alinharam com os rebeldes sérvios, mas ele se declarou inocente de crimes de guerra.




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