Estudos mais detalhados sobre a contaminação do solo onde foi construído o conjunto residencial Barão de Mauá serão iniciados na próxima semana. Técnicos do Centro de Vigilância Sanitária e Epidemiológica do Estado, da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) e representantes da Secretaria de Saúde do Estado e do município de Mauá estiveram reunidos nesta sexta-feira para definir as providências em relação à contaminação do solo por 44 tipos de substâncias tóxicas, entre elas benzeno, produto químico que pode causar câncer.

Segundo o vice-prefeito de Mauá e secretário municipal de Saúde, Marcio Chaves Pires, na próxima quarta ou quinta-feira, técnicos darão início a estudos epidemiológicos para detectar o impacto ambiental, o grau de concentração dos gases e o impacto de materiais pesados. “Os estudos da Cetesb divulgados ontem (quinta-feira) não têm esses dados claros”, disse Pires.

Ainda de acordo com Pires, somente a partir dessas informações poderão ser definidos quais os exames a que serão submetidas as 5 mil pessoas moram no residencial, construído em parte de uma área de 160 mil m² onde funcionou um aterro de lixo industrial clandestino da fabricante de amortecedores Cofap. Dos 72 prédios projetados, 56 estão prontos e ocupados. O vice-prefeito estima que os moradores, portanto, não passarão por exames pelo menos nos próximos dez dias.

Na próxima semana, será iniciado o cadastramento de todos os moradores e serão coletados dados como tempo de moradia no residencial e procedência.

As principais substâncias encontradas são benzeno, trimetilbenzeno, clorobenzeno e decano. As três últimas provocam irritações na pele, olhos e vias respiratórias.