A saída do PMDB e do PPS da base aliada ao governo estampou nesta terça-feira a capa do jornal britânico Financial Times, o principal diário econômico da Europa. De acordo com a publicação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aparenta "ter condições de superar facilmente" a debandada dos partidos.

A reportagem relata o 'racha' criado no PMDB após a decisão tomada na Executiva Nacional da legenda. De um lado, os peemedebistas pró-governo — incluindo os dois ministros do partido, Amir Lando (Previdência) e Eunício Oliveira (Comunicações) — dizem que vão ignorar a decisão de se desligar do governo federal. Do outro, estão os convencionais que defendem a desvinculação do PMDB da imagem do Palácio do Planalto para poder lançar um candidato próprio à Presidência da República em 2006.

O jornal observa ainda que o PMDB decidiu romper com o governo "apesar dos sinais de que a recuperação econômica do Brasil estaria se acelerando e que Lula estaria recuperando um tanto da popularidade aparentemente perdida ao longo de 2004".

O Financial Times também cita o desligamento do PPS, que conta com um ministério do governo Lula, o da Integração Nacional, comandado por Ciro Gomes. A tendência, de acordo com o diário, é de que Ciro permaneça à frente da pasta, mas em outro partido, abandonando o PPS.