Esportes Titulo
Rolling Stones inspira o argentino Galván
Do Diário do Grande ABC
17/12/1999 | 16:25
Compartilhar notícia


A rotina do zagueiro Galván, do Atlético-MG, em dia de jogo, é um tanto curiosa. O argentino gosta de se concentrar para a partida ouvindo rock. Galván é fa da banda Rolling Stones -- tem até a língua símbolo do grupo de Mick Jagger e Keith Richards tatuada no corpo. O repertório para a partida de sábado, contra o Corinthians, já está previamente definido: Galván vai para o Morumbi no embalo da música "She is so cold" (Ela é tao fria), dos Stones. "Final é assim: tem de ter cabeça fria e o coraçao quente", justifica.

Ele tem a coleçao completa dos Stones. Descobriu a banda aos 13 anos e foi fazendo a sua discografia. "Tenho 48 CDs, comprei todos nas viagens que fiz pelo mundo jogando bola", conta o jogador que até o ano passado defendia as cores do Racing. Quando perceber que o clube da capital argentina estava afundando em dívidas, Galván comprou o próprio passe e o alugou para o Atlético-MG. Hoje, o Racing vende seus jogadores pela Internet para saldar os compromissos com os credores.

Há um ano e quatro meses no Atlético-MG, Carlos Alberto Galván garante que está totalmente adaptado ao Brasil. Muitas vezes, para relaxar após um jogo tenso como o do último domingo, no Mineirao, deixa as baladas românticas dos Stones na caixa e coloca música sertaneja para tocar. "Aprendi a gostar da dupla Zezé di Camargo e Luciano", diz.

Quando deixou Buenos Aires, Galván nao sabia muita coisa sobre o Atlético-MG. Mesmo assim, aceitou o desafio e se mudou para Belo Horizonte. No começo, a comunicaçao com os companheiros de defesa era complicada. "Eles nao entendiam nada do que eu falava", conta Galván, que já se vira bem com um perfeito 'portunhol'. "Agora quando ligo para os meus pais falo muitas palavras em português", afirma. "Estou esquecendo meu próprio idioma."

Por enquanto a única ambiçao de Galván é conquistar o título brasileiro. Nao fica pensando em jogar pela seleçao da Argentina nem com uma transferência para a Europa. Acha que tudo vai acontecer naturalmente na sua carreira. "Gostaria mesmo que o Atlético comprasse o meu passe." O acordo termina dia 31 de dezembro e o passe do zagueiro custa R$ 1,5 milhao.

Galván acha muito melhor jogar no Brasil do que no seu país de origem. "Lá é muita correria e pontapé a toda hora", destaca. Ele foi criticado por ter dado as costas ao lateral Kléber no lance que originou o segundo gol do Corinthians. "Nao fui na bola para nao cometer pênalti", explica.

Catimba -- A preocupaçao tanto de Galván quanto de Cláudio Caçapa, seu companheiro de área na defesa do Atlético-MG é evitar cometer faltas perto da área da equipe mineira. A catimba de Edílson também merece atençao. "Ele tentou cavar um pênalti no domingo passado mas o (Oscar Roberto) Godói nao foi na dele", comenta Caçapa.

Pendurado há nove jogos com quatro cartoes amarelos, Caçapa diz que, desta vez, se for necessário poderá até sacrificar a sua atuaçao caso aconteça o terceiro jogo. "Se for preciso, vou matar a jogada para evitar o gol do Corinthians", comenta. "Tenho é de pensar neste segundo jogo e nao ficar preocupado em me guardar para o terceiro."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;