Política Titulo
Semestre será decisivo para agentes públicos
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
05/07/2009 | 07:46
Compartilhar notícia


Os próximos seis meses de 2009 devem ser aproveitados pelos prefeitos que assumiram o mandato neste ano para colocar em prática as propostas de campanha que os colocaram no poder. Neste primeiro semestre de estudos e aquisição de experiência, os chefes de Executivo da região pouco fizeram. A segunda metade do ano que antecede as eleições estaduais e federais servirá para os comandantes das administrações municipais mostrarem a que vieram.

O semestre iniciado dia 1º de julho se torna ainda mais importante pelo fato de 2010 ser ano eleitoral e as políticas públicas efetivas serem restritas - seja por força de lei, pois há ressalvas na atuação de agentes públicos, ou pelo fato de os políticos estarem empenhados na formalização de alianças e nas campanhas.

Cientistas políticos consultados pelo Diário afirmam que um ano à frente dos municípios é suficiente para tornar evidente a capacidade de gestão dos vencedores do pleito de 2008.

Para Rui Tavares Maluf, no fim deste ano será completado 25% do total do mandato de quatro anos e, nesse período, pode-se perceber as características de gerenciamento dos principais agentes políticos das cidades. "O cidadão deve acompanhar o desempenho dos administradores, pois os municípios não estão fora das estratégias eleitorais em âmbito estadual e federal."

A especialista Maria do Socorro Souza Braga observa que ao completar um quarto de governo será possível avaliar a competência dos chefes de Executivo. "Os resultados em um ano darão parâmetro para saber se o político é sério na condução das prioridades e investimentos ou se é clientelista, modelo que impera no País."

Para Braga, a proximidade da eleição que poderia atrapalhar as gestões, na verdade pode até ajudar as Prefeituras. Isso porque prefeitos e vereadores muitas vezes trabalham como cabos eleitorais de candidatos a deputado, ao Senado, aos Estados e à Presidência e podem colher frutos por meio dos acordos.

"Se o político for bem articulado pode trazer recursos estaduais e da União. Existem muitos interesses e os municípios podem ser beneficiados", enfatiza, ao frisar ainda que uma boa gestão do Executivo Municipal pode influenciar o eleitorado a votar no indicado pelo grupo que comanda o Paço.

Rui Tavares Maluf, por sua vez, salienta que o envolvimento do município nos pleitos a cada dois anos "complica de certa forma" o desenvolvimento natural da administração. "Dividir as eleições ainda é o melhor modelo para um País federativo como o Brasil."




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;